Você sabe quanto sua empresa paga pela energia?

Sabe-se que a volatilidade de investimentos é preocupação recorrente entre os empresários. O que muitos desconhecem, porém, é que a oscilação de ativos, como Bolsa de Valores e o Dólar comercial, pode ser significativamente inferior à variação alcançada pelo preço da energia, no Mercado Livre, podendo ocasionar impacto aumentando os custos das empresas, caso não tenham um acompanhamento especializado.

É notório que, nos últimos três anos, o preço da energia convencional (resultado da soma do PLD – Preço de Liquidação das Diferenças e do ágio) atingiu desvalorização de 50% e chegou ao pico máximo próximo a 230%. Uma empresa sem planejamento coeso e a longo prazo pode ter pago por este suprimento, neste primeiro semestre de 2012, entre R$ 31,31 e R$ 212,80. Enquanto isso, a variação do índice Ibovespa e do Dólar comercial se aproximou de zero.

Hoje, uma indústria brasileira paga a quarta energia mais cara do mundo no Mercado Cativo, apenas perdendo para a Itália, Turquia e República Tcheca. Para caráter comparativo, com exceção da Itália, os países do bloco econômico G8 (composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido e Rússia) praticam preços inferiores ao Brasil. O governo da China, segundo maior exportador do mundo, cobra pelo megawatt/hora de suas indústrias pouco mais da metade do preço tabelado no Brasil.

Tal oscilação é basicamente atribuída ao fato de a principal fonte energética brasileira ser a hidroelétrica, ou seja, o país fica muito suscetível às intempéries da natureza, como períodos de chuvas muito escassas ou em excesso. Isso estimula no mercado energético uma busca constante por novas fontes, sobretudo às renováveis, para que a classe empresarial não fique tão amarrada às condições climáticas e a variação pluvial, o que resulta em economia para as empresas e contribui com a sustentabilidade do Meio Ambiente.

O movimento em prol de energia mais limpa já é muito intenso entre as empresas. Muitas, ao ingressarem no Mercado Livre, optam por receber energia proveniente de uma matriz mais sustentável, como de biomassa, eólica, solar, entre outras. Isso é primordial para que o Brasil se desenvolva de forma mais sustentável e estabeleça padrões internacionais de crescimento, respeitando o Meio Ambiente e gerando receitas com menores gastos.

Mikio Kawai Jr. é economista pela FEA-USP (1995), mestre em economia pela Unicamp (1999 – dissertação sobre gestão de riscos) e Advanced Executive Management pela IESE Business School (Espanha 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, tanto nacional como estrangeiro, migrou para o mercado de energia na sua genese, em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia ate 2004, atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil, gerente de operações na Openlink (Nova York e SP). Desde 2008 ocupa o cargo de diretor executivo do Grupo Safira.
 

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