Fernando Ramalho

Poucos empresários conhecem a importância de investir na identidade visual de sua empresa, ainda mais em um período de mudanças e reposicionamento. Atenta às principais tendências do mercado, a empresa pernambucana Qualimar Pescados passou por um intenso processo de reformulação de marca que resultou em seu sucesso no exterior. O projeto contou com o apoio do programa nacional Design Export, uma iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e do Centro Brasil Design (CBD), que tem por objetivo apoiar empresas brasileiras a desenvolverem produtos inovadores com design diferenciado voltados à exportação.

Fundada no ano de 1994, a Qualimar Pescados surgiu com o objetivo de comercializar pescados em algumas regiões brasileiras e, principalmente, no mercado internacional. Há três anos, a empresa foi vendida e, quando a nova gestão encarou o desafio de assumir a direção, a empresa se encontrava em um momento de transformação. Apesar das mudanças na gestão e do momento economicamente desfavorável para o setor, a Qualimar ainda possuía uma marca forte e respeitada, e era associada com produtos de qualidade. No entanto, os novos gestores da empresa enfrentavam um grande obstáculo: as empresas pequenas e regionais estavam ocupando o lugar das grandes empresas no mercado de pescados.

Foi nesse momento que os investidores perceberam a necessidade de um reposicionamento da Qualimar, aliando qualidades da marca antiga, como confiabilidade e tradição, a alguns novos valores para tornar a empresa mais moderna e inovadora perante o consumidor. Foi decidido então que era chegada a hora de reformular a comunicação visual da empresa, com um importante trabalho nas embalagens de pescados, por meio do programa Design Export, que no Nordeste contou ainda com o apoio do Centro Pernambucano de Design (CPD). “Para nós, a excelência em qualidade não é uma opção, mas sim uma necessidade de sobrevivência, uma vez que atendemos os clientes mais exigentes. Incentivar a pesca de qualidade com sustentabilidade, o cuidado do pescado a bordo e a forma de processamento, congelamento e embalagem fazem toda a diferença”, detalha Fernando Ramalho, Diretor Comercial da Qualimar.

Com o apoio e participação das consultorias e reuniões promovidas pelo Design Export, a Qualimar teve acesso a um banco de profissionais de design, e optou por trabalhar com a Herbert Perman Design, um escritório que atua desde o final da década de 1980 na capital pernambucana. Para que os designers pudessem mergulhar no universo dos pescados, a Qualimaros levou para uma visita completa em todos os setores da empresa, na qual foram tratados como consumidores. “Queríamos que eles conhecessem toda a cadeia produtiva, então tivemos essa ideia de explicar tudo a eles como explicamos aos nossos consumidores visitantes”, conta Ramalho.

A principal dificuldade encontrada durante o projeto foi a de implantar junto à empresa um processo de cultura de design, envolvendo todos os departamentos, para que todos compreendessem a complexidade e dinâmica de um trabalho de design de embalagens. “Tivemos que participar, por exemplo, de todo o processo seletivo para novos fornecedores de embalagens, para que atendessem a qualidade que buscávamos”, afirma o designer Herbert Perman, um dos responsáveis pela reformulação da marca. Os obstáculos foram superados justamente pela filosofia de trabalho – compartilhada pelas duas empresas envolvidas – de envolver ambas as equipes em busca de um mesmo objetivo.

Resultados

Na reta final dos trabalhos com o Design Export, os resultados já começaram a aparecer e a surpreender: a Qualimar é agora a segunda marca nacional de pescados que mais exporta lagosta e o melhor frigorífico de pescado do Nordeste. Atualmente, dispõe também de uma Certificação Internacional para exportação de Lagosta.

As novas embalagens criaram uma linha gráfica de extrema elegância com o uso predominante da cor preta para um posicionamento “premium” da marca no ponto de venda. Tecnicamente, buscou-se uma solução mista para embalagem de lagosta, a embalagem primária utiliza skinpack que deixa o produto ser apresentado quase que “ao natural” e é sobreposta por uma cartonada impressa em policromia. Um grande diferencial do processo criativo foi o uso de um visor para que o produto ficasse exposto ao consumidor, criando um forte apelo de venda ao público consumidor que é extremamente exigente.

Sobre Design Export 

Ao longo dos dois últimos anos, o Design Export levou a inovação para 60 cidades de sete diferentes estados brasileiros, auxiliando no desenvolvimento de 100 soluções inovadoras voltados à exportação, entre eles produtos, embalagens, marcas, pontos de vendas e serviços. Realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Centro Brasil Design (CBD), a iniciativa é um programa inédito que apoia empresas brasileiras no desenvolvimento de produtos inovadores e com design diferenciado voltados ao mercado internacional. No Nordeste, o Design Export contou ainda com o apoio do Centro Pernambucano de Design (CPD).

Com o objetivo de levar para a indústria nacional uma metodologia simples, didática e objetiva para que as empresas insiram a inovação como parte do processo de desenvolvimento de novos produtos, o programa estimula o uso do design. Sendo assim, o Design Export funciona como uma ponte entre os empresários e os designers, valorizando o design como ferramenta para a inovação. Os participantes recebem apoio para identificar os profissionais mais adequados às suas necessidades e têm acesso a recursos financeiros para a contratação do serviço de desenvolvimento do produto inovador. Mais informações no site www.designexport.org.br.

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