Amor de pai

Mr. Fisk foi homenageado como Personalidade Privada do Franchising
Mr. Fisk foi homenageado como Personalidade Privada do Franchising

Existe um tipo de empreendedor que, apostando no risco, abre uma empresa e a vende assim que ela se estabelece no mercado, buscando o lucro não por suas operações, mas por sua potencialidade de resultados futuros. Muitas destas pessoas fazem isso repetidamente, como os brasileiros André Nudelman (que abriu mais de 30 empresas, posteriormente fechadas ou vendidas, algumas parcialmente, como a Maple Bear), Flávio Estevam (criador dos sites Namorofake e Lulufake, entre outras 61 startups), Robinson Shiba (responsável pela abertura de mais de 10 negócios, entre eles o China in Box) e Marcos Wettreich (fundador do iBest, da Mlab e da Booknet, entre outras). Mas não é de empreendedores em série (serial entrepreneur) ou de pessoas desapegadas – porém dedicadas – ao negócio criado que trata este texto. Muito pelo contrário. Empreender em série é uma atividade para pouquíssimas pessoas, cuja compulsão por abrir empresas está diretamente ligada à paixão pelo alto risco, e que possuem grande visão de oportunidades. A grande maioria dos empreendedores dedica todos os seus esforços para tirar o máximo de cada um dos negócios que abre.

Um grande exemplo de empreendedor dedicado e apegado ao negócio criado é Richard Hugh Fisk, mais conhecido como Mr. Fisk, homenageado no dia 24 de abril pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) como Personalidade Privada do Franchising. O americano naturalizado brasileiro abriu, em 1958, na cidade de São Paulo (onde vivia e lecionava inglês desde 1950), a primeira escola Fisk, com 60 alunos. Bem-sucedido em seu empreendimento, quatro anos depois iniciou a expansão em todo o Brasil pelo “Método Autorizado Fisk”, o que o caracteriza como um dos pioneiros do sistema de franchising no País. Nos anos 1980, década em que foi aberta a primeira escola no exterior, a rede já contava com mais de 400 unidades. Hoje são mais de 1 mil escolas distribuídas em sete países, que ao todo já formaram mais de 15 milhões de alunos.

Aos 92 anos, Richard participa ativamente das decisões do grupo, que envolve ainda a escola de idiomas PBF (adquirida em 1983), a gráfica Support e a Larry Publicidade e Propaganda (criadas para atender as frequentes demandas internas). Três vezes por semana ele vai à sede da Fundação Richard Hugh Fisk, responsável por todas as marcas, e se reúne com o CEO das empresas, Bruno Caravati, para saber das novidades e discutir medidas a serem implementadas.

As marcas da Fundação Fisk são referências no segmento de educação, tanto pela qualidade de sua metodologia quanto por terem uma saudável rede de franqueados que continua crescendo horizontal e verticalmente, ano após ano. “Estamos otimistas com a expansão da rede em todo o País. Hoje, o crescimento da Fisk é forte especialmente nas cidades mais afastadas dos grandes centros urbanos, com demanda por profissionais mais qualificados. Uma das regiões onde mais estamos crescendo é o Nordeste – onde temos 97 unidades, sendo 35 delas na Bahia, e já inauguramos, em 2015, escolas em estados como Pernambuco e Paraíba. Nossa expectativa é inaugurar, até o final de 2015, 50 escolas em todo o País”, afirma Caravati.

Na cerimônia de premiação, Richard destacou a importância do capital humano, lembrando que só conseguiu transformar a escola Fisk no que é hoje porque tem colaboradores leais e os valoriza. “Não cheguei ao sucesso isoladamente. Desde o início, conto com a dedicação e o comprometimento de outros profissionais que muito contribuíram para o sucesso da Fisk.” Também reforçou que as escolas são como filhos para ele e lembrou que criou a Fundação Fisk, em 1992, justamente para garantir a continuidade das marcas e a segurança de todos os funcionários e franqueados. Fazendo parte de uma fundação, as redes Fisk e PBF nunca poderão ser vendidas. “Eu nunca venderia meus filhos”, diz o zeloso Richard.

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