Não existe sonho grande sem escolhas difíceis: como a ContaAzul ajuda pequenas empresas a ir mais longe

Você largaria emprego seguro e filha recém-nascida por um projeto que ainda não existe? Vinicius Roveda foi obrigado a tomar essa decisão. Conheça aqui o que aconteceu.

Sonho grande é mesmo com a ContaAzul. Está na própria essência deste sistema de gestão online, que é a de oferecer, a pequenas empresas, ferramentas que antes estavam só disponíveis para grandes corporações. E essas pequenas empresas vêm embarcando nesse propósito: hoje, são milhares de clientes utilizando a nuvem para organizar vendas, notas fiscais, compras e finanças. Além disso, a plataforma permite ao dono do negócio trabalhar conectado com o seu contador, tornando essa relação mais digital.

Quem olha para a situação atual da ContaAzul provavelmente sequer imagina como foi difícil empreendê-la. Porque foi. Por mais que os empreendedores Vinícius Roveda e João Zaratine tivessem um propósito de aço desde o começo, precisaram de muita força de vontade, trabalho duro e persistência para levar adiante o projeto.

Trabalho nas férias e desencaixe nas empresas

De trabalho duro, “Vini” sempre entendeu bem. Desde que era criança no Rio Grande do Sul: quando chegavam as férias escolares, enquanto os amiguinhos viajavam ou descansavam, ele pegava a bicicleta e ia até a loja da avó, onde passava o dia ao lado dela. “Eu ajudava organizando as coisas e ganhava meu dinheirinho. Sentia-me super orgulhoso dela, daquele negócio. Foi minha primeira experiência empreendedora”.

Vini afirma que, conforme foi crescendo, não passava por sua cabeça empreender; não ainda. “A minha ideia, como a de tantos outros jovens, era a de ser um funcionário competente nas empresas em que trabalhava”. Com 17 anos, ele saiu da casa dos pais e foi morar sozinho em Joinville (SC), onde estudou ciência da computação — e onde começou a trabalhar.

No entanto, ao longo do tempo, uma outra percepção foi surgindo. “Constatei que não me encaixava nas empresas em que estava trabalhando”. A saída foi estudar; Vini começou a fazer um MBA e passou a ter contato com ideias, digamos, mais “arejadas”. Ideias como as que Ricardo Semler expôs em seu livro Você está Louco!, e que marcou profundamente o empreendedor da ContaAzul.

A inspiração da Fórmula 1

Além deste contato, Vini lembra-se de outra imensa fonte de inspiração (para ele e para qualquer brasileiro): Ayrton Senna. Principalmente pelo exemplo fornecido pelo nosso campeão: “Ele levantando a bandeira no topo do pódio mostrava que era possível sair algo legal do Brasil”. Inspirado por Senna e por outros empreendedores que estavam colocando seus sonhos grandes em prática, Vini conta que percebeu que poderia, também, fazer algo que não tivesse limites.

Para engrossar esse caldo, havia o contato direto e frequente com o empreendedorismo — já que a família da esposa de Vini tem vários empreendedores. “Costumo dizer que, quando alguém nasce na família dela, não ganha RG, ganha CNPJ”. Você já pode imaginar o assunto dos almoços de domingo, certo?

Naquele momento, entre uma garfada de lasanha e outra, Vini constatou que seus parentes empreendedores enfrentavam sérias dificuldades para organizar o dia a dia dos negócios. Parou para pensar e se fez a seguinte pergunta:

POR QUE NÃO EXISTE UMA SOLUÇÃO A QUE UMA PEQUENA EMPRESA TENHA ACESSO, DE MANEIRA SIMPLES, E QUE POSSA ORGANIZAR O NEGÓCIO DELA DE FORMA FÁCIL?

Tropeção já nos primeiros passos

Isso foi em meados de 2008; o insight da ContaAzul surgiu ali, e Vini passou a se provocar para descobrir como resolver aquela demanda. Felizmente, encontrou alguns parceiros para seguir adiante nessa jornada: como José Sardagna que começou a empreender com ele antes mesmo da ContaAzul nascer e João Zaratine, um rapaz nascido em Joinville e que já havia passado pela Datasul, uma das primeiras empresas de software do país.

A sinergia entre eles foi natural. Até porque a inspiração de Zaratine para empreender também remonta à infância: “Desde que me conheço por gente, meu pai tem uma pequena empresa. E minha mãe, embora fosse funcionária pública, sempre fez pão para vender. Eu saía, de porta em porta, vendendo os pães”.

Sem dinheiro para pagar uma conta

O encontro motivou Vini a deixar o cargo de gestão que ocupava em uma grande empresa. Ao lado de Sardagna, acabou recrutando Zaratine para trabalhar na ContaAzul e desenhar uma primeira versão do software. Tempos depois, ele passou a ser também sócio do negócio.

No entanto, não foi naquele momento que a ContaAzul engatou. “A trajetória de 2008, quando deixei o emprego, a 2011 foi super difícil. Tentamos fazer o negócio funcionar, mas não deu certo”.

E ELE NÃO EXAGERA AO USAR O TERMO “DIFÍCIL”. DEIXAR O EMPREGO FOI MESMO UM SALTO NO ESCURO.

“Não foi uma decisão racional. Gastei todas as minhas economias, tive que voltar a morar na casa dos meus pais. Quando saía com a minha esposa, não tinha dinheiro para pagar uma conta”.

A saída foi dedicar esforços à abertura de outro negócio de desenvolvimento de softwares, a Informant. A ideia era essencialmente B2B: vender serviços que ajudassem outras empresas a construir produtos de software.

Mas o sonho não era grande o bastante

A Informant até que ia bem, mas Vini seguia com o sonho de criar um negócio mais escalável.

NOSSO SONHO ERA O DE CONSTRUIR UMA GRANDE EMPRESA, QUE PUDESSE SAIR DO BRASIL.

Assim, enquanto tocavam a Informant, Vini, João Zaratine e José Sardagna não desistiram da ContaAzul: seguiam dedicando o (pouco) tempo que sobrava a aperfeiçoar o modelo de negócio. Naquela época, conheceram a aceleradora 500 Startups e descobriram que ela estava em busca de empresas brasileiras. Era tudo ou nada: coube a João ir apresentar a ideia de negócio para os avaliadores da aceleradora.

Day1 na forma de contrato

Três meses depois, receberam um e-mail. Abriram-no e encontraram o que parecia um contrato. Em inglês. Até decifrarem o teor, levaram intermináveis minutos. Quando o fizeram, a surpresa: o contrato trazia uma oferta de investimento, e o pedido para que se mudassem para o Vale do Silício, onde passariam quatro meses na aceleradora.

Notícia espetacular, certo? Certo! Mas a decisão de “largar tudo” não seria fácil. Principalmente para Vini e Sardagna, cujas famílias tinham acabado de crescer com a chegada das filhas. Vini conta que:

“Naquele momento, a escolha foi dificílima. Minha primeira filha tinha apenas três meses. E a Informant seguia estável. Eu teria que abrir mão, por quatro meses, daquilo que gerava a renda da minha família em troca de algo que não sabia se ia dar certo. O negócio da ContaAzul era totalmente embrionário”.

Mas o propósito seguia de aço. A crença em que a ContaAzul poderia ajudar pequenas empresas a se manterem organizadas e bem sucedidas prevaleceu, e os três partiram para o Vale.

PARA VINI E JOÃO, O CONTATO COM A 500 STARTUPS FOI O DAY1.

Montando a ContaAzul

E o risco provou-se muito bem-sucedido. Com a experiência por lá e o investimento, enfim o sonho grande começou a ser colocado em prática. “Conseguimos contratar as primeiras pessoas, fazer a empresa rodar”, conta Vini.

Desde então, foram para o alto, e muito avante. A taxa anual de crescimento de clientes é de 142% desde 2013. E o mais importante é que, para além de números impressionantes lá de cima, a empresa está cumprindo o propósito a que veio:

NEGÓCIOS QUE USAM O SOFTWARE ECONOMIZAM 65% A MAIS DE TEMPO QUANDO COMPARADOS AOS QUE NÃO USAM.

O último grande desafio enfrentado pelos dois foi vencido nessa semana. Após participarem do ISP, o Painel Internacional de seleção da Endeavor, em Londres, Vini Roveda e João Zaratine foram aprovados como Empreendedores Endeavor. Que esse seja apenas o primeiro capítulo de uma história de impacto que está sendo escrita a cada dia.

Conheça outras histórias de empreendedores que inspiram a sonhar grande e transformam o Brasil no Day1 2017, o maior evento de empreendedorismo do país. Inscreva-se para assistir online e gratuitamente no dia 5 de junho de 2017, a partir das 19h.

Originalmente publicado em Endeavor  

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