Ações da Embraer caem 50% em 2008

 A fabricante brasileira de aeronaves Embraer não deve escapar ilesa da crise das empresas aéreas internacionais. A percepção de especialistas em aviação é que a empresa poderá ter parte das suas encomendas adiadas ou até mesmo canceladas. Por enquanto, o impacto da escalada do preço do petróleo está sendo sentido somente em suas ações, que até ontem acumulavam queda de 50% no ano.

Para o analista do setor aeroespacial da Raymond James, Eduardo Puzzielo, quem está sofrendo mais com a alta petróleo são as norte-americanas Airbus e a Boeing. Estima-se que as duas empresas poderão enfrentar um corte de um terço em suas encomendas de aviões de grande porte. "A Embraer não teve ainda cancelamento de entregas. Mas, indiretamente, pode haver impacto no negócio da empresa", afirma Puzzielo. Ele lembra que uma das empresas que deverá reduzir suas encomendas com a Airbus, a americana JetBlue, é cliente da Embraer. A JetBlue encomendou 101 jatos da família 190 para serem entregues até 2011.

Já o analista do setor aéreo do Santander, Caio Dias, considera que ainda é cedo para saber o impacto da alta do petróleo. "A situação é ruim para todo o setor com o petróleo nesse nível. Mas a Embraer está numa situação menos desconfortável porque tem aviões menores, que representam menor risco." O consultor aeronáutico Paulo Sampaio diz que a Embraer está bem posicionada no mercado de jatos de 70 a 120 lugares, mas ressalta que esse cenário pode mudar com a entrada de novos concorrentes nos próximos anos.

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