As decisões de política monetária terão impacto concentrado somente no final deste ano e em 2009, na avaliação dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom).
"A estratégia adotada pelo Copom visa trazer a inflação de volta à meta central de 4,5%, estabelecida pelo CMN [Conselho Monetário Nacional], tempestivamente, isto é, já em 2009", afirma o colegiado, na ata da reunião divulgada hoje (31) pelo Banco Central.
O centro da meta de inflação fixada pelo governo para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de dois pontos pontos percentuais para mais ou para menos. Em pesquisa divulgada no início da semana pelo BC, analistas de mercado estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – o índice oficial de inflação – feche o ano em 6,58%, projeção acima do limite superior da meta para o ano, de 6,5%. Para 2009, que tem a mesma meta, os analistas mantiveram a expectativa de que a inflação chegue a 5%.
Na reunião do Copom realizada na última semana, a taxa básica de juros, a Selic, foi ajustada de 12,25% para 13% ao ano. Neste ano, a Selic já foi elevada em 1,75 ponto percentual.
Para justificar o aumento dos juros básicos, o Copom revela que aumentou a preocupação com o descompasso entre a demanda e a oferta de produtos e serviços. Segundo o documento, isso tem aumentado o risco de inflação e exige uma atuação vigorosa da política monetária.Para o Banco Central, ao longo dos próximos meses o crescimento do crédito, “ainda que com alguma moderação”, e o aumento real dos salários devem continuar impulsionando a atividade econômica. Além desses fatores, o documento cita os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que possibilitam o acesso de mais pessoas aos bens e serviços do país.
O comitê ressalta que, por outro lado, a contribuição dos investimentos das empresas para ampliar a capacidade produtiva ajuda a atender a demanda. A ata cita que a possível acomodação do preço das commodities pode contribuir para evitar que pressões inflacionárias se intensifiquem.