Analistas mantêm projeção de aumento da Selic em 0,75 ponto percentual

Analistas de mercado esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a taxa básica de juros, Selic, em 0,75 ponto percentual, na reunião que será realizada amanhã (9) e quarta-feira (10).

A projeção consta do boletim Focus, publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central com base em consulta a analistas sobre os principais indicadores da economia.

Essa expectativa dos analistas é a mesma há cinco semanas. Neste ano, os juros básicos já aumentaram 1,75 ponto percentual e estão em 13% ao ano. Na última reunião, em julho, o aumento foi de 0,75 ponto percentual.

Os analistas também mantiveram a projeção de 14,75% para a taxa ao final do ano, estimativa que se mantém há quatro semanas.

Mesmo com indicativos de que a inflação vá diminuir, os analistas só reduziram a projeção para a Selic referente a 2009. A expectativa passou de 14% para 13,75% ao ano. A Selic é usada pelo Banco Central para controlar a inflação.

Apesar de não esperar por menor aperto monetário neste ano, os analistas reduzem há seis semanas a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial usado pelo governo para medir a inflação.

De uma semana para outra, a estimativa para o IPCA caiu de 6,32% para 6,27%. Para o próximo ano, se manteve em 5%.

A meta de inflação estabelecida pelo governo, para este ano e para 2009, é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Quanto aos demais índices de inflação, os analistas de mercado financeiro também reduziram as projeções para este ano. A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou de 10,31% para 10,27%. No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a expectativa passou de 10,37% para 10,35% neste ano.

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Para os analistas, o IGP-M deve chegar ao final de 2009 em 5,50%, ante os 5,48% previstos na última semana, enquanto o IGP-DI deve ficar em 5,20%, contra os 5,29% projetados anteriormente.

No mercado paulista, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), caiu de 6,47% para 6,41% em 2008. Para o próximo ano, a estimativa subiu de 4,64% para 4,67%.

A estimativa para preços administrados caiu de 3,82% para 3,79% em 2008. Para o próximo ano, a projeção permanece em 5,10%.

Os analistas também mudaram a projeção para a taxa de câmbio ao final de 2008, que está em alta há quatro semanas. A estimativa passou de R$ 1,63 para R$ 1,65. Para 2009, os analistas esperam que um dólar custe R$ 1,75, contra R$ 1,73 previstos na semana anteior.

A estimativa para o superávit comercial subiu de US$ 23,50 bilhões para US$ 23,73 bilhões neste ano, e caiu de US$ 14,25 bilhões para US$ 13,75 bilhões em 2009.

Para o déficit em transações correntes (todas as operações do Brasil com o exterior), a projeção subiu de US$ 26,40 bilhões para US$ 27,35 bilhões neste ano, e permanece em US$ 34,80 bilhões em 2009.

Os analistas reduziram a expectativa para o investimento estrangeiro direto de US$ 35 bilhões para US$ 34,5 bilhões em 2008, e mantiveram a estimativa de US$ 30 bilhões para o próximo ano.

Quanto ao crescimento da economia, as projeções para 2008 (4,80%) e 2009 (3,60%) foram mantidas. No que diz respeito ao crescimento da produção industrial, a projeção passou de 5,45% para 5,65% em 2008, e permanece em 4,20%, em 2009.

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