De acordo com o coordenador do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), Paulo Picchetti, a inflação registrada de janeiro a junho de 2008 não foi além do que se notou nos primeiros semestres dos anos anteriores, mas é um sinal de atenção para que o avanço de preços dos alimentos não se generalize, atingindo as despesas reajustadas por índices de inflação.
Nos primeiros seis meses deste ano, o IPC-S teve alta de 3,84%. "Com exceção de 2006, quando ele registrou 0,62% no primeiro semestre, nos anos anteriores, a inflação do período estava em torno de 3%", explicou Picchetti.
Inflação
A atenção, por sua vez, deve estar nas despesas administráveis, que têm reajuste de acordo com os índices de inflação, os quais sobem devido à alta dos alimentos. "A gente tem um aumento que é generalizado nestas despesas, em níveis menores do que o de alimentos, que é o que realmente preocupa", explicou.
Neste grupo, ele encaixou os planos de saúde e os aluguéis, ambos reajustados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que sofreu aumento, em junho, de 1,98%, variação que não se verificava desde fevereiro de 2003 (2,28%).
De acordo com ele, os dois lados do contrato, no caso das despesas administráveis, vão ter de ter negociar mais, até mesmo para escolha de um índice menos oneroso, para não repassar o aumento dos preços dos alimentos para estes segmentos da economia.
Alimentos
Questionado sobre se a alta de preços de alimentos continuará a pressionar a inflação, o coordenador do IPC-S respondeu que não da mesma forma que vinha acontecendo nos meses anteriores, por mais que o aumento de preços no segmento continue.
"Estamos tendo uma recomposição de preços que deve ter um limite, mas não se sabe de quanto", explicou. Ele acredita que essa inflação será contida por um aumento da oferta, diante de novas safras de alimentos.