Baixa oferta já pressiona preços dos aluguéis

 Por reflexo da escassez de oferta, o preço do aluguel tem sofrido sucessivas altas este ano, cenário que começa a ser considerado crítico por representantes do setor. "Não há oferta", diz José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP). "É uma crise que vai demorar a passar." Segundo o Sindicato das Empresas de Compra e Venda de Imóveis (Secovi), só em agosto os valores das locações em São Paulo aumentaram em média 1,7%. Nos últimos 12 meses até agosto, o aumento acumulado foi de 11%.

No entender de Viana Neto, isso ocorre porque o mercado de locação passa por uma "entressafra". As unidades disponíveis não atendem a demanda, ao contrário do de vendas, que cresce vertiginosamente com recordes de lançamentos. Um paradoxo, pois o momento econômico é favorável ao setor, com o aumento da renda da população e do consumo. "A melhora de renda da população fez com que mais gente pudesse alugar imóveis”, diz.

A contradição se explica, segundo ele, pela tímida produção de imóveis voltados ao perfil popular nos últimos anos, até 2006. "Estamos falando de imóveis de R$ 30 mil a R$ 80 mil, que são escassos no mercado", diz Viana Neto. Essas unidades, de um e dois dormitórios, são as mais procuradas para alugar atualmente, já que a alta dos ganhos familiares incluiu a baixa renda no mercado.

O reflexo do aumento da renda na demanda por locação fica perceptível, segundo Viana Neto, quando observado o comportamento dos preços dos imóveis por zonas. Nas áreas periféricas, houve redução de preços, enquanto nas áreas centrais notou-se aumento. Em julho, segundo o Creci, imóveis de um dormitório localizados nas zonas de classe média de São Paulo tiveram aumento de 21,72% no aluguel. O preço médio passou de R$ 395 para R$ 481. Já nos bairros de baixa renda, o aluguel de casas de três dormitórios caiu 20%, de R$ 750 para R$ 600.

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