O saldo da balança comercial da indústria gráfica de janeiro a maio de 2008 ficou negativo em US$ 19,18 milhões. O resultado é 212% menor que o registrado em igual período de 2007. As exportações cresceram 3%, somando US$ 124,32 milhões. Já as importações tiveram aumento de 39%, totalizando US$ 143,49 milhões. O principal motivo que vem contribuindo para este quadro é a valorização do Real frente ao dólar. As informações foram divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
No tocante às importações, os produtos editoriais (livros e revistas) foram responsáveis por US$ 53 milhões, ou 37% do total. Outros segmentos que também contribuíram para o forte incremento das compras no exterior foram cartões impressos (US$ 37,7 milhões ou 26% do total), embalagens (US$ 18,9 milhões ou 13%) e promocionais (US$ 17,9 milhões ou 12,5%).
As embalagens lideraram as exportações no período, com US$ 42 milhões (42% do total). O segmento de cadernos, que vinha contribuindo muito nos últimos anos para que a indústria gráfica tivesse superávit comercial, perdeu dinamismo. As remessas do produto ao exterior somaram US$ 28,1 milhões, apresentando queda de 25%. Em terceiro lugar no ranking vem o segmento de cartões impressos, com US$ 20,8 milhões ou 16,5% do total.
Apesar do quadro negativo, o presidente da Abigraf, Alfried Plöger, lembra que as exportações representam menos de 2% das vendas gráficas totais, o que não chega a afetar, de forma muito significativa, o desempenho final do setor. "A perda de competitividade decorrente do câmbio sobrevalorizado também prejudica numerosos outros segmentos exportadores do País. Felizmente para o setor gráfico, o mercado interno parece continuar aquecido e capaz de garantir demanda crescente".