Balanço do Plano Real mostra construção de processos institucional e democrático

Os 14 anos posteriores ao lançamento do Plano Real foram, talvez, os mais importantes da história brasileira no último século, no sentido da construção institucional. A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo economista Samuel Pessoa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas.

“Acho que o país passa por um processo fantástico de construção de instituições, em que uma dessas instituições é a moeda”. Para ele, ao mesmo tempo, o Brasil experimentou pela primeira vez na sua história, um processo de democratização após o final do regime militar.

“Estamos construindo uma democracia que, na verdade, nunca tínhamos tido antes. Estamos conseguindo uma coisa fantástica que é a construção de uma democracia muito dinâmica e aberta, junto de um processo de estabilização progressiva da nossa macroeconomia e da economia também”.

Samuel Pessoa considera positivo o saldo dos 14 anos de política econômica a partir do Plano Real. Ele reconheceu que houve erros ao longo desse período, mas destacou que o número de acertos foi maior. “Os acertos superam os erros em grande medida”.

Por isso, comentou que a avaliação do atual momento da vida brasileira, “que é resultado do processo desses 14 anos de construção institucional, em que o Plano Real foi um dos momentos mais importantes, é muito positiva*.

Pessoa afirmou que não há a mínima condição de que a inflação no país volte aos patamares anteriores ao Plano Real, quando os índices atingiam cerca de 3.000% ao ano. Segundo o economista, isso não decorre de nenhuma engenharia macroeconômica. *A gente vive numa democracia. E a gente tem tido sinais de que a população não vai votar em político que inflaciona”.

A sociedade já deixou clara a sua escolha pela estabilidade macro-econômica, mais do que crescimento econômico, enfatizou Samuel Pessoa. “Acho que as eleições têm mostrado que a sociedade prefere crescer menos com estabilidade, do que crescer mais com inflação”.

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