BC propõe medida para atrair trabalhador do setor privado ao crédito consignado

Relatório publicado recentemente pelo BC (Banco Central) concluiu que a solução para aumentar a participação do trabalhador do setor privado no segmento do crédito consignado seria a criação de um sistema capaz de garantir que o tomador do empréstimo continue pagando sua dívida com desconto em folha de pagamento, mesmo que este mude de emprego.

Segundo o documento anual, publicado no Relatório de Economia Bancária e Crédito do Banco Central, e referente a 2007, o montante dessas operações contratadas pelos trabalhadores do setor privado tem ficado na faixa de 13%. O motivo apontado é a falta de estabilidade no emprego.

Mudança de emprego

Segundo a Agência Brasil, os autores do relatório, funcionários do BC, propõem que se faça uma alteração na legislação para permitir que o credores possam saber de imediato e com baixo custo quando um trabalhador do setor privado muda de emprego.

No período de desemprego, ou de transição entre empregos, os juros poderiam ser cobrados com um valor mais alto. Segundo o relatório, a maior taxa de juros serviria como um estímulo ao trabalhador para que ele reportasse mais rapidamente sua mudança de emprego, voltando a ter seus pagamentos debitados em folha.

O documento ressalta, ainda, o fato de que o crédito consignado, caracterizado por taxas mais baixas para o tomador e menor risco para a instituição financeira, tem mais vantagens que o empréstimo pessoal convencional.

De acordo com o relatório, ao conceder um empréstimo consignado, o banco deve estimar o valor da indenização que caberia ao cliente em caso de demissão involuntária ou sem justa causa. O documento lembra que até 30% dessa indenização pode ser usado para pagar a dívida do crédito consignado existente.

Aumento do consignado
De acordo com dados do BC de junho de 2008, o crédito consignado chegou a R$ 72,699 bilhões no total, sendo que o saldo de R$ 62,775 é referente a concessões para funcionários públicos e R$ 9,924 bilhões para trabalhadores do setor privado. Os números gerais correspondem a um aumento de 35,95% frente a junho do ano passado.

As taxas mais baixas desta modalidade de crédito se devem ao fato da cobrança ser feita em folha de pagamento, diminuindo consideravelmente o risco de inadimplência.

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