Bolsas asiáticas despencam, com pessimismo bancário e petróleo barato

O índice Nikkei encerrou com variação negativa nesta terça-feira (16), afetado por instituições financeiras, seguradoras e petrolíferas.

Semelhantemente, a bolsa de Hong Kong também fechou em queda, assim como a bolsa da China declinou, influenciada negativamente por bancos e produtoras de carvão.

Setor financeiro preocupa
O banco norte-americano Lehman Brothers entrou com pedido de concordata na última segunda-feira (15), com dívidas superiores a US$ 639 bilhões. O londrino Barclays e o nova-iorquino Bank of America visavam adquiri-lo, mas desistiram da operação.

Refletindo esta bancarrota do outro lado do Pacífico, os papéis do Aozora Bank despencaram 16%, obtendo a maior desvalorização desde o IPO (oferta inicial de ações) em novembro de 2006. A queda destes ativos justifica-se pela instituição nipônica ser a maior credora do Lehman Brothers, com US$ 463 milhões.

Nesta conjuntura, as ações do Mizuho Financial Group e do Shinsei Bank, no qual o banco falido possuía US$ 231 milhões em papéis, declinaram 7,5% e 16%, respectivamente. De acordo com o arquivo de concordata do Lehman, ao menos sete instituições financeiras japonesas emprestaram um montante total de US$ 1,62 bilhão ao banco norte-americano.

Seguros e petróleo afetam Tóquio
A AIG (American International Group) teve seus ratings de crédito de longo prazo reduzidos pelas agências internacionais de classificação de risco Standard & Poor’s e Moody’s, após a maior seguradora norte-americana procurar levantar cerca de US$ 75 bilhões em capital. Como conseqüência deste cenário, os ativos da Tokio Marine – maior do setor no Japão – caíram 13%, assim como os da rival T&D Holdings, cuja desvalorização foi de 6,3%.

Perante a forte queda de 4,5% na cotação do barril de petróleo Brent em Londres, parte explicada pela expectativa de redução da demanda global após o pessimismo corporativo de Wall Street, as ações da petrolífera Inpex e da casa de trade Mitsui & Co recuaram 11% e 12%, respectivamente.

Xangai despenca
Também sofrendo a propagação do pessimismo provocado pela bancarrota do Lehman Brothers, os papéis dos bancos ICBC (Industrial & Commercial Bank of China) e China Construction Bank despencaram 10%, assim como os do rival Bank of China, que caíram 9,2%. O Bank of China emprestou US$ 50 milhões ao Lehman, enquanto o ICBC possui US$ 1,21 bilhão de títulos relacionados com o subprime (crédito de alto risco).

Em contrapartida e, impedindo um declínio maior em Xangai, os papéis das construtoras Poly Real Estate e COFCO Property (Group) avançaram 4,8% e 1,5%, respectivamente. Tal otimismo justifica-se pelo corte de 0,27 ponto percentual no juro básico chinês, o que eleva o horizonte de rendimentos da construção civil, dado a expectativa de que haja maior facilidade ao crédito e, conseqüentemente, maior demanda no setor.

Por último, refletindo a baixa do petróleo, os ativos da produtora de carvão China Shenhua Energy recuaram 9,8%, da mesma forma que os da rival China Coal Energy, que caíram 7,9%.

Confira as cotações
O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio encerrou o pregão em forte baixa de 4,95%, chegando a 11.610 pontos e, com isso, o acumulado no ano aponta para forte queda de 24,16%.

Já o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, apresentou desvalorização de 5,44%, assim como o índice Shangai Composite ,da Bolsa de Xangai, que caiu 4,47%.

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