Brasil e Argentina iniciaram negociações para obter um regime automotivo bilateral com vigência até 2013 e que terá como objetivo a liberação do comércio no setor, informou nesta terça-feira o secretário argentino da Indústria, Fernando Fraguío, e seu homólogo brasileiro, Ivan Ramalho, em Buenos Aires.
"Concordamos em trabalhar em um novo regime de cinco anos, que inclua o monitoramento trimestral da produção, o desenvolvimento de autopeças, modelos e tudo mais que se refere ao setor automotivo", disse Fraguío.
O atual acordo automotivo vence em junho e o Brasil vem batalhando pela liberação total do comércio, algo que a Argentina rejeitava mas pode aceitar agora sob certas condições.
Ramalho destacou a importância destas negociações, ao lembrar que o comércio bilateral atingirá este ano os 30 bilhões de dólares, com o setor automotivo respondendo por 12 bilhões.
O Brasil, quinto produtor mundial de veículos, importa anualmente cerca de 10 bilhões de dólares em autopeças, mas apenas 12% vem da Argentina.
"Queremos aumentar este percentual", disse Ramalho, que citou as linhas de crédito do Banco para o Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a disposição de empresários argentinos para negócios bilaterais no setor de autopeças.
Fraguío destacou que após os cinco anos do futuro acordo, "uma vez que se cumpram certos requisitos, passaremos a uma liberação total do comércio".
Pelo atual acordo, por cada dólar exportado pela Argentina no setor automotivo o país pode importar 1,95 dólar, com a mesma relação autorizada ao Brasil.
As conversações continuarão nesta quarta-feira e o objetivo é chegar a uma reunião definitiva no dia 15 de maio, no Brasil, com o menor número possível de pontos pendentes, destacaram os dois funcionários.