O Brasil quer ser responsável por 10% do comércio mundial de produtos agropecuários até 2018, informou hoje (29) o Ministério da Agricultura. Atualmente, a participação do país está em 7%. Segundo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, para atender a esse objetivo terá de haver um salto de US$ 20 bilhões nas exportações agrícolas em três anos.
Na avaliação da pasta, em 2016, há espaço para aumentar as exportações agrícolas em US$ 2,5 bilhões apenas com acordos de medidas sanitárias e fitossanitárias, ou seja, acordos em que os produtos de um país são adequados às exigências de saúde e higiene de outro.
A Agricultura elencou também acordos comerciais internacionais prioritários e que devem impactar o setor agropecuário este ano. Entre eles, as negociações do Mercosul para a celebração de acordo de livre comércio com a União Europeia e para a ampliação de acordo com o México.
Kátia Abreu destacou a importância de o país investir em acordos de preferências tarifárias ou de livre comércio. Ela citou levantamento que mostra aumento da participação do comércio preferencial nas negociações agrícolas globais de 20%, em 1998, para 40%, em 2009. A ministra disse que o Brasil tem as características necessárias para atender ao crescimento da demanda global por alimentos no longo prazo.
“Nós somos ditos pelo Banco Mundial e pela FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura] o país que tem maiores condições, em termos de terra e água, para atender à demanda mundial”, disse.
“O Brasil vem em segundo lugar em [disponibilidade de] terra e é o melhor de todos em água. Essa questão de exportação é uma coisa concreta, é muito real”, disse a ministra. Ela informou que o ministério selecionou 22 mercados prioritários, com alto potencial para receber os produtos agropecuários brasileiros.
A ministra Kátia Abreu destacou que os cinco primeiros mercados na lista – União Europeia, Estados Unidos, China, Japão e Rússia – estão entre os principais compradores de produtos brasileiros. Mas, segundo ela, há espaço para ampliação.
Ela disse que, para que o país atinja seu potencial como grande exportador de alimentos, as ações de defesa agropecuária, relacionadas ao controle de qualidade e erradicação de doenças, serão prioridades. “Essa área não teve nem cortes. Nós sempre mantivemos o orçamento da defesa [agropecuária]”, afirmou.
Alimentos funcionais
Durante entrevista da ministra, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, informou que a nova unidade da empresa, a ser inaugurada em Maceió, será dedicada à pesquisa de alimentos funcionais. Ele explicou que alimentos funcionais são aqueles que ajudam a melhorar a saúde e prevenir doenças.
“Acho que o caso mais típico [de alimento funcional] é o açaí. O açaí se tornou um mercado de bilhões, que se desenvolveu à margem do Brasil. Os japoneses vieram e desenvolveram esse mercado”, comentou. Outros exemplos de alimentos funcionais são iogurtes, probióticos, isotônicos, pão integral e água de coco.