O setor público consolidado do Brasil registrou superávit primário de 13,207 bilhões de reais em maio, valor recorde para o mês, alimentado por receitas crescentes.
O resultado, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, superou as estimativas de analistas consultados pela Reuters, de 9,85 bilhões de reais, e também os 9,295 bilhões de reais apurados no mesmo mês de 2007.
"O comportamento é muito positivo para meses de maio e reflete principalmente as contas dos Estados e das estatais federais", afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Os Estados registraram superávit primário de 3,535 bilhões de reais no mês passado, recorde para o mês, beneficiados por um aumento da arrecadação que, segundo Lopes, reflete a atividade econômica aquecida.
As estatais federais tiveram superávit também recorde de 4,419 bilhões de reais após terem registrado déficit primário no mês anterior. De acordo com o economista do BC, nos primeiros quatro meses do ano houve uma concentração de repasses de dividendos à União e, no caso da Petrobras, também de royalties, o que não ocorreu em maio.
De volta ao déficit nominal
Apesar da economia expressiva, o resultado primário foi inferior ao volume de juros incorporados à dívida em maio. Como resultado, o país voltou a registrar déficit nominal, de 2,966 bilhões de reais frente a um déficit de 7,452 bilhões de reais em maio do ano anterior.
Nos primeiros cinco meses do ano, contudo, o país tem superávit nominal de 3,916 bilhões de reais, o equivalente a 0,34 por cento do Produto Interno Bruto. É a primeira vez que o país registra superávit nominal nos primeiros cinco meses do ano.
O BC estima que o setor público chegará ao final de 2008 com déficit nominal de 1,5 por cento do PIB.
Em 12 meses encerrados em maio, o superávit primário ficou em patamar equivalente a 4,34 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ante 4,25 por cento do PIB em 12 meses até abril. A meta fiscal do governo para o ano é de 4,3 por cento do PIB.
Dívida cai
O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público ficou em 40,8 por cento do PIB no mês passado, frente a 41,0 por cento em abril.
A queda refletiu a economia feita pelo setor público no mês passado e também o crescimento da economia. O BC projeta que a dívida chegará ao final do ano em 40,5 por cento do PIB.