Dos cerca de 350 milhões de hectares passíveis de cultivo no Brasil, apenas 75,6 milhões são usados atualmente – 72 milhões com a agricultura e 3,6 milhões com o plantio de matéria prima para a fabricação de biocombustíveis.
A informação foi dada pelo gerente executivo da área de Desenvolvimento de Sistemas de Gestão da Petrobras, Antonio Sergio Oliveira Santana, em palestra no primeiro dia da Conferência Internacional de Amsterdã sobre Sustentabilidade e Transparência, que se realiza em Amsterdam, na Holanda.
Santana disse que o Plano de Negócios 2008-2012 da Petrobras prevê a produção de 938 milhões de litros de biodiesel por ano. Para isto, estão sendo destinados R$ 227 milhões à construção de plantas industriais nas cidades de Candeias (Bahia), Montes Claros (Minas Gerais) e Quixadá (Ceará), com previsão de início de operação no segundo trimestre de 2008.
O gerente executivo da Petrobras falou sobre as ações que a companhia vem desenvolvendo para ampliar a sua participação no segmento dos biocombustíveis, lembrando que, recentemente, a companhia aprovou a criação de uma subsidiária especialmente para conduzir as atividades no setor.
Segundo ele, o Plano Estratégico da companhia estabelece a atuação global, na comercialização e logística de biocombustíveis, que prevê a liderança na produção brasileira de biodiesel e a ampliação da participação no negócio etanol.
Para isso, informou, a previsão de investimento em biocombustíveis é de US$ 1,5 bilhão até 2012. As informações foram publicadas na Agência Petrobras de Notícias, na página da estatal na internet, e indicam que o etanol e o biodiesel foram os temas que dominaram a palestra.
Informações da empresa indicam que, no plano do etanol, o projeto de criação dos Centros Bioenergéticos (Cbios) irá consolidar a exportação de álcool, além de estabelecer contratos de longo prazo, novas usinas e produção mecanizada em regiões degradadas ou subutilizadas para a agricultura.
Santana citou como exemplo do trabalho desenvolvido pela companhia o fato de a Petrobras estar desenvolvendo desde outubro um projeto piloto de produção de etanol em agricultura familiar no Rio Grande do Sul.
Pelo projeto, os agricultores fornecerão a matéria-prima para a produção do biocombustível e serão responsáveis pela operação das microdestilarias, com capacidade de produção de mais de 500 litros de etanol por dia. A produção poderá ser diversificada e simultânea ao cultivo de alimento.
Sobre o biodiesel, o gerente executivo explicou que é produzido a partir de plantas oleaginosas prioritariamente não comestíveis, como a mamona, o algodão e o pinhão-manso, que possam substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.
“Uma tonelada de biodiesel evita a emissão de 2,5 toneladas de dióxido de carbono [gás carbônico] na atmosfera. Além de ser uma alternativa de combustível para transporte, vai gerar trabalho e renda para milhares de pequenos agricultores da região Nordeste”.