Se o governo começar a guardar dinheiro no ritmo que o brasileiro junta moedas no cofrinho, o Fundo Soberano do Brasil (FSB) pode demorar um pouco a sair. Pesquisa feita no ano passado mostra que só 25% dos brasileiros guardam moedas. Entre esses, mais da metade (54%) não agüenta esperar e usa o dinheiro em uma semana. Há os que são mais ansiosos ainda: 2% usam as moedinhas em menos de uma semana. Conforme o tempo passa, diminui o número de pessoas que conseguem manter o dinheiro no cofrinho: 14% mantêm por um mês, 8% por seis meses, 4% por um ano e apenas 3% por mais de um ano.
A pesquisa, feita pelo Datafolha a pedido do Banco Central (BC), mostra que 75% das pessoas que recebem moedas não conseguem colocá-las no cofre. Mas há uma parcela que junta moedas pensando no futuro, como comparou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ontem, ele disse que o FSB, que vai ajudar empresas brasileiras no exterior, terá funcionamento semelhante ao hábito de juntar moedas em um cofrinho.
"É como um cofrinho. Você não tem cofrinho na sua casa? Você ganha o salário, faz as despesas e sobram recursos. Aí você coloca no cofrinho. Vamos colocar no cofrinho o excedente", disse ele, ao anunciar a criação do FSB.