A alta dos preços das commodities (alimentos e matérias-primas) e o aumento do consumo, principalmente nos países em desenvolvimento, apontam, segundo estudo do FMI intitulado "Panorama Econômico Mundial", para a possibilidade de liberação de novos mercados.
Nesta conjuntura, a carne nacional seria uma das mais favorecidas por sua competitividade no mercado internacional, já que o gado brasileiro é criado em pastos e não alimentado por grãos, que estão sofrendo com a inflação.
Menos impostos
A liberação de novos mercados seria uma tentativa de conter a falta de alimentos e combater a inflação interna. Alguns países já estão começando a sentir falta do produto e sinalizam baixar as barreiras tarifárias para a circulação comercial.
A Argélia, segunda economia do continente africano e importante importador brasileiro, já deu sinais de que diminuirá os impostos para que a carne possa chegar mais barata ao consumidor. Além disso, está abrindo aos empresários brasileiros a oportunidade de expor produtos no país durante a 41ª edição da Feira internacional de Argel.
Novos mercados
Os exportadores de carne brasileiros também enxergam boas oportunidades no mercado do oriente. China e Indonésia podem encerrar o ano com déficit na relação produção e consumo interno, por isso, estariam buscando o produto no mercado externo.
A China já teria inspecionado e liberado três plantas frigoríficas do Brasil para vender carne ao país, conforme informa Célia Sampaio, superintendente de exportações do grupo Minerva, "não podemos concluir quando a liberação será oficializada, mas existe uma tendência forte e real para isso no curto prazo".
No que diz respeito à Indonésia, plantas brasileiras exportadoras de carne devem receber a visita de uma missão oficial de veterinários do país. Neste caso, a exportação teria que seguir critérios específicos de abate, por conta da região ser predominantemente muçulmana.
O Chile é outra nação que pode importar carne brasileira. O país fechou-se à carne tupiniquim desde 2005 e passou a negociar com a Argentina. Contudo, com o protecionismo portenho, os chilenos podem voltar a consumir carne made in Brasil em curto prazo.