Casal dono de estância leiteira em São Paulo vende embriões bovinos

Ex-ourives, Gracineide Mendes e o marido fizeram do leite uma produção rentável. Agora, a empresa iniciou uma nova fase de negócio: o mercado de embriões

Em São José do Rio Preto (SP), a ex-ourives Gecineide Mendes usou de criatividade para fazer da produção de leite um negócio rentável. Ao lado do marido, Adacir José da Mota, a empresária investiu no terreno de 4,6 hectares para transformar a Estância Encantada em um fornecedor de sucesso, não apenas de leite, mas também de vacas e embriões da raça Jersey.

A pequena empresa, há 10 anos no mercado, já exporta animais e permite a fertilização até fora do país. “A parceria com o Sebrae foi fundamental desde o início”, conta a vencedora do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE Brasil), edição 2010, na categoria Agronegócio.

Para Gecineide, a principal conquista do prêmio não foi o troféu, mas a oportunidade de analisar os pontos fortes e fracos do negócio. “Foi muito produtivo responder ao questionário e identificar onde estávamos errando”, revela. “Percebemos que não estávamos fazendo um contado adequado com os clientes durante a venda e também após a venda. Não se tratava apenas de entregar o produto.”

Depois de receber auditoria da equipe do prêmio, a empresa passou a oferecer consultoria pré-venda, permitindo até mesmo a realização de exames de ultrasson nos animais doadores, e acompanhamento até o nascimento dos bezerros. “Antes, a gente vendia 50 embriões. Agora, passamos a comercializar 400, anualmente”, comemora.

A estância, que iniciou as atividades apenas com a produção de leite, conta com 320 animais da raça Jersey. Gecineide e o marido pesquisaram quais eram as raças de maior qualidade e identificaram na Jersey a produção de um leite diferenciado, com 20% de sólido (cálcio). “Começamos com apenas três vacas e fomos observando a demanda por animais desta raça na região, que responde por 27% do leite produzido no Brasil”, explica.

Da venda do leite para a comercialização de embriões não demorou muito. Com auxílio de consultoria especializada, a empresa iniciou a nova fase de negócio. “Nunca tivemos problema em perguntar para quem entende. E sempre procuramos os melhores em cada assunto.”

Atualmente, a Estância Encantada trabalha com um funcionário e um estagiário. A pequena empresa tem alcançado crescimento médio de 50% ao ano. “Não pretendemos expandir em novos terrenos e regiões, mas certamente vamos investir ainda mais no mercado de embriões”, antecipa Gecineide. Segundo a empresária, ao longo da existência da estância, a produção de leite passou de única fonte de renda para a terceira em lucratividade. “Ganhamos mais com os embriões e com a venda dos animais, em segundo lugar."

A empresa já participou de cursos oferecidos pelo Sebrae (Empreender, Qualidade Total e Empretec) e, desde 2006, disputa o MPE Brasil. Venceu na etapa estadual, em 2007, e também nas etapas estadual e nacional, em 2010, sempre na categoria do Agronegócio. “Queremos continuar participando, porque achamos uma excelente oportunidade de aprender com os erros e melhorar a gestão”, acredita a empresária.

Prêmio

O MPE Brasil ? Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas ? tem como objetivo reconhecer os negócios que promovem o aumento da qualidade, da produtividade e da competitividade por meio da disseminação de conceitos e práticas de gestão nas áreas de agronegócio, comércio, indústria, serviços de educação, de saúde, de tecnologia da informação, de turismo, dentre outras prestadoras de serviços.

As empresas inscritas em uma das categorias acima poderão optar por se candidatar também ao “Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social”. A inscrição é gratuita e pode ser feita nos pontos de atendimento do Sebrae ou por meio endereço eletrônico http://www.premiompe.sebrae.com.br/inscrição.htm) até o dia 15 de agosto.
 

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