Clima ruim se espalha e traz perspectiva negativa para abertura doméstica

Tomados por grande preocupação, os mercados globais operam nesta sexta-feira (10) com fortes perdas. Sem grandes destaques na agenda econômica, investidores temem desdobramentos da crise nos mercados de crédito.

Com a contínua deterioração nos mercados de crédito e a sensação de que as medidas tomadas pelas autoridades financeiras não têm sido suficientes, investidores têm deixado os mercados acionários em busca de opções mais seguras, além dos efeitos negativos do desmonte de posições alavancadas.

Deste modo, os investidores acompanharão o pronunciamento do presidente dos EUA, George W. Bush, assim como dados sobre a balança comercial do país. Ademais, destacam-se os resultados da General Electric e a vitória do Wells Fargo sobre o Citi, na queda de braços pelo Wachovia.

Segundo analistas do BlackRock, "a relativa resistência da economia dos EUA era uma surpresa positiva frente a todas as más notícias. Dada a severidade dos eventos recentes, no entanto, agora acreditamos que a economia está em recessão e a recuperação será lenta no ano que vem".

Noticiário corporativo
Em linha com as expectativas, o conglomerado empresarial General Electric divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre, com queda de 12% dos lucros, mas evolução de 11% nas receitas.

Após muita disputa com o rival Citigroup, o Wells Fargo acertou a aquisição de todas as operações do Wachovia por US$ 11,7 bilhões, ou um valor por ação de US$ 5,43 – acima do atual valor dos papéis da combalida instituição a ser incorporada.

Muito influente nos negócios encerrados na Ásia neste pregão, a seguradora de capital fechado Yamato Life foi à falência em função de dívidas de US$ 2,7 bilhões, sendo a primeira vítima fatal da crise do crédito no Japão.

Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco Moody’s colocou em revisão os ratings dos bancos de investimentos Morgan Stanley e Goldman Sachs, as duas únicas instituições de grande porte do tipo a sobreviver à crise nos mercados financeiros.

Perspectivas
Os mercados europeus sofrem fortes perdas nesta sessão, ajustando-se em relação à queda abrupta dos mercados nos EUA ao fim do último pregão, quando já estavam fechados, além de reproduzirem os temores ampliados nesta sessão sobre o desenrolar da crise. Os mercados futuros nos Estados Unidos também operam em baixa e trazem perspectiva negativa para a abertura dos negócios no Brasil.

No último pregão, o Ibovespa acompanhou o desempenho negativo dos EUA e perdeu 3,92%, atingindo 37.080 pontos. Segundo a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, "o sentimento e o comportamento dos investidores devem seguir atrelados e dependentes dos mercados internacionais e das ações do Banco Central do Brasil, que podem amenizar um pouco as pressões negativas".

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