O comércio da região metropolitana de São Paulo registrou alta de 5,2% nas vendas em abril, no contraponto ao mesmo período de 2007, segundo apurou a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. No acumulado do ano, o varejo acumula alta de 6,8%.
Em abril, mesmo com pressões localizadas de aumento de preços, a demanda permanece sustentada pela crescente oferta de crédito, bem como pelos índices positivos de emprego e renda. No mês, esse desempenho positivo foi liderado pelo forte movimento das lojas de vestuário em relação a abril do ano passado, mas o vigor novamente registrado nas vendas varejistas se deu também pela conjunção dos expressivos resultados apurados nos setores que comercializam veículos, eletrodomésticos, móveis e material de construção, todos com taxas de crescimento de dois dígitos, tanto no mês quanto no acumulado no ano.
Resultados Setorias
Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados
A atividade completou o vigésimo primeiro mês de crescimento consecutivo em seu faturamento real e registrou a maior elevação em vendas, dentre todos os seguimentos pesquisados pela PCCV: 30,6% em comparação ao mesmo período de 2007. Esta é a maior elevação desde junho de 2004, quando o índice apontou alta de 33,6%. No acumulado do quadrimestre, registra incremento de 22,7%.
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Mesmo com a entrada da coleção outono-inverno e a pressão dos preços em virtude do maior valor agregado das mercadorias, as vendas foram positivas, devido ao realinhamento de preços em virtude das quedas sucessivas vistas em 2006 – em abril os preços dos artigos de vestuários tiveram elevação de 0,66% – além da expansão do crédito, facilidade de pagamentos, aumento na concessão de descontos e facilidades do parcelamento. Outro fator positivo foi a um tímido incremento no nível de renda da população. Para maio, a expectativa é de que a atividade aponte leve aquecimento nas vendas, devido as vendas do Dia das Mães.
Concessionárias de Veículos
As Concessionárias de Veículos apresentaram em abril o segundo melhor movimento de vendas reais, com crescimento de 23%, ante o mesmo período de 2007. No acumulado do ano o incremento foi de 13,1%. O crédito continua alavancando as vendas de veículos e a expectativa é que esse comportamento prevaleça inalterado nos próximos meses.
Lojas de Eletrodomésticos e Eletrônicos
Em abril, as lojas de Eletrodomésticos e Eletrônicos acusaram alta de 18,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, a elevação foi de 18,3%. As vendas também foram aquecidas por conta da oferta de crédito, que influencia diretamente no consumo das famílias e a queda do desemprego aliada ao aumento da renda.
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Lojas de Móveis e Decoração
O setor apresentou em abril, alta de 11,7% no seu faturamento real em comparação com o mesmo período de 2007. A oferta de crédito e o aumento da renda refletiram nas vendas de novos imóveis em São Paulo, o que consequentemente amplia o consumo de bens para decorar a casa. No quadrimestre as lojas de Móveis e Decoração cresceram 12,3%.
Lojas de Material de Construção
As lojas de Material de Construção continuam com o bom desempenho e registraram em abril, alta de 10,1% em relação ao mesmo período de 2007. Entre os fatores que contribuíram para este resultado estão o crédito para habitação, a melhoria de renda dos trabalhadores e o aquecimento direto do mercado imobiliário. No acumulado do ano, o crescimento foi de 17,2%.
Farmácias e Perfumarias
De acordo com a PCCV, o setor de Farmácias e Perfumarias registrou em abril elevação de 8,3% no faturamento real, comparativamente ao mesmo mês de 2007. O resultado é explicado pela expansão da oferta de crédito, além da disponibilidade de cartões próprios das redes, que possibilitam o acesso ao crédito para a compra de medicamentos e produtos de perfumaria, favorecendo a fidelização de clientes e conseqüentemente o aumento nas vendas. No acumulado do ano a atividade apresenta alta de 3%.
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Supermercados
O segmento registrou queda de 8,4% em relação a abril de 2007. O desempenho negativo em abril, está relacionado as recentes pressões de preços observadas nos produtos alimentícios, o que certamente inibem vendas mais expressivas.
No acumulado do ano, o faturamento real registrou aumento de 3,8 %. Esse resultado, apesar de positivo, interrompeu a recuperação gradativa do setor supermercadista, que vinha ocorrendo desde junho de 2007, quando comparado com o mesmo mês do ano anterior.
Lojas de Departamentos
Em abril, este grupo registrou queda de 17,8% em seu faturamento, na comparação com o mesmo período de 2007. A retração é resultado da concorrência entre as lojas de departamento e as grandes lojas de outros segmentos, que vendem a mesma gama de produtos. Assim, os grandes magazines acabam direcionando suas vendas a um público de menor poder aquisitivo, visando preços reduzidos, margens pequenas e facilitando o crédito. No quadrimestre a atividade tem queda de 13,4%.
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Lojas de Autopeças e Acessórios
O segmento apresentou o pior desempenho da PCCV: queda de 32,9% no faturamento de abril, em relação ao mesmo período de 2007. Esse comportamento decorreu, principalmente, da oferta de produtos importados, sobretudo chineses, fator que provoca quedas sensíveis nos preços médios, em razão dos custos menores e da valorização do Real. O maior volume das vendas de veículos novos também contribui, no curto prazo, para a redução dos gastos com trocas de peças e manutenção. No acumulado do ano apresenta queda de 29,6%.
Nota Metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) é apurada mensalmente pela Fecomercio desde 1970, tendo sido atualizada periodicamente de forma a se manter moderna e adequada ao perfil do varejo. Os dados são coletados junto a cerca de 1.800 estabelecimentos comerciais na região metropolitana de São Paulo. A pesquisa tem como objetivo acompanhar e avaliar o desempenho do comércio varejista em seus vários ramos de atividade. Das informações apuradas, são gerados indicadores de faturamento nominal e faturamento real. Os dados da pesquisa auxiliam o empresário varejista na realização de investimentos, priorização de atividades, identificação de tendências do consumidor e do mercado, adequação a novos padrões, redefinição de diretrizes, alteração nos padrões de consumo, inserção no mercado, servindo, assim, como um balizador das suas atividades no curto prazo. Para a indústria auxilia no planejamento da produção, vendas e estoques, orientando a tomada de decisões estratégicas.
Esta pesquisa integra a carta conjuntural da Fecomercio. Mais informações no site: www.fecomercio.com.br