Consultor diz que líder ideal é mito e propõe: seja você mesmo!

Estudiosos e executivos bem-sucedidos traçaram, ao longo das últimas décadas, e de maneira mais intensa nos últimos anos, inúmeros estilos de liderança. Para exemplificar: há o líder servidor, o transformador, o que se baseia em espiritualidade, o que se inspira em princípios, entre tantos outros.

São tantas formas de liderar que é comum ficarmos na dúvida: qual estilo de liderança devo empreender? Por isso mesmo, o psicólogo e consultor de empresas, Rogerio Martins, propõe: seja você mesmo! Simples assim.

"Há, entre alguns teóricos e muitos profissionais, o grande mito do líder ideal. Isso simplesmente não existe. Peter Drucker, um dos maiores pensadores sobre gestão de pessoas e empresas, dizia que é impossível traçar o perfil ideal de um líder. Ele mesmo já havia trabalhado com pessoas com características totalmente diferentes daquelas propostas por diversos estudiosos e ainda assim teve lições de liderança".

Seja realista
O motivo pelo qual o assunto gestão do capital humano ganhou força é o foco das empresas no lucro frente a uma concorrência de mercado cada vez mais acirrada. E os empresários perceberam que são as pessoas que garantem o lucro.

"As empresas tendem a gerir seus negócios com ênfase nos relacionamentos interpessoais e foco no resultado. Diante disso, o perfil ideal de líder é aquele que se adapta a esta nova realidade. Aliás, o estilo ideal é aquele que se ajusta a cada situação, a cada momento, a cada grupo de liderados", explica Martins.

Para ele, o maior desafio dos gestores, no momento, não é saber qual a melhor técnica ou estilo adotar. Mas, diante das constantes transformações do comportamento dos indivíduos no mundo corporativo e social, a grande sacada é saber como agir. Como lidar com a diversidade, as motivações, as expectativas e as exigências das pessoas. Não há nenhuma técnica, é mais uma questão de se relacionar com as pessoas.

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Dicas
"Considero dois aspectos como fundamentais para o melhor desempenho do papel da liderança: o primeiro é que o líder deve agir conforme os objetivos que se quer alcançar. Se o liderado for um iniciante ou sem conhecimento na atividade, se recomenda que o gestor adote uma postura semelhante ao de um professor", diz o especialista.

"Agora, se o liderado já tiver conhecimento sobre a tarefa ou experiência, o mais indicado é que o gestor atue como um coach, ou seja, como um treinador, mas não aquele treinador que fica em cima do seu atleta. O líder deve monitorar as ações de seus liderados, delegando e distribuindo funções".

Conheça sua equipe
Martins avisa que a nova geração de profissionais vem com muito mais conhecimento, visão estratégica, senso competitivo e objetivos individuais. Recentemente, esses fatores mudaram a forma ideal de lidar com as pessoas. O gestor de hoje precisa compreender os diferentes aspectos da motivação humana, como remuneração, reconhecimento e auto-realização.

O certo é que apesar das inúmeras teorias e livros publicados, ainda estamos aprendendo a liderar e nos relacionar com o ser humano. "A jornada é longa e, talvez, interminável, mas efetivamente o aprendizado é gratificante", completa.

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