O número de contratações realizadas pelo comércio na cidade de São Paulo registrou um aumento de 9% em 2007 ante o ano retrasado. A média passou de 12 para 13 funcionários por estabelecimento. Os resultados integram um estudo realizado pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), que traçou o perfil do emprego no varejo no município de São Paulo.
O segmento que mais contratou foi o de materiais de construção (média de 15 colaboradores por empresa), seguido por bens semiduráveis (12,5). O que menos contratou, por sua vez, foi o comércio automotivo, com 9,3. No geral, a maioria dos empregos no comércio varejista (74%) é alocada na área de vendas, 13% em áreas administrativas e 14% em cargos de gerência ou supervisão.
Participação nos lucros
Uma das surpresas do estudo é o crescimento no número de empresas que adotam a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Atualmente, 18% das pequenas e médias empresas do comércio adotam a PLR.
O resultado somente não foi maior por conta da dificuldade de implementação do benefício aos funcionários, causada pela falta de informações. Mesmo assim, o uso da ferramenta apresentou crescimento de quatro pontos percentuais no período analisado.
O estudo também trouxe à tona a problemática da previdência privada. Embora apenas 14% ofereçam o benefício aos funcionários, detectou-se uma alta de dez pontos percentuais na utilização dessa ferramenta pelos comerciantes, no contraponto entre 2007 e 2006.
O resultado reflete a falta de informação dos empresários sobre o tema: cerca de 42,5% afirmaram desconhecer os benefícios e as vantagens de ter um plano de previdência complementar.
Remuneração
O salário fixo continua sendo a principal forma de remuneração no comércio varejista (66%), seguido pelos comissionados (12%). Os outros 22% preferem a remuneração mista, uma composição do fixo e da comissão.
Quanto à faixa salarial, cerca de 40% dos profissionais que atuam no comércio têm rendimentos entre dois e cinco salários mínimos, enquanto 53% recebem até dois salários mínimos. A maior parte deles (86%) tem apenas o nível médio ou técnico e somente 20% cursaram faculdade.
O fluxo de admissões e demissões nos últimos 12 meses se manteve estável, com a demissão de 2,5 pessoas e a contratação de 3,1, em média. O estudo revelou que as principais dificuldades dos empresários na hora de contratar são: falta de experiência, ausência de conhecimento específico no setor e carência na habilidade em lidar com o cliente. O quadro está associado ao descompasso entre a antiquada e ineficiente formação dos jovens e a demanda por mão-de-obra especializada.
Primeiro emprego e deficiência
A pesquisa aponta que há uma boa proporção de empresas que contrata trabalhadores na condição de primeiro emprego. Cerca de 72% das pequenas e médias empresas do setor pesquisado têm, ao menos, um empregado nessa condição.
Já no que se refere às pessoas com deficiência, apenas 6% do comércio varejista possui algum funcionário com este perfil: entre um ou dois empregados. Apesar do percentual pequeno, é importante lembrar que o número médio de empregados nas empresas de pequeno e médio porte é de apenas 13.