Sistema usa drones e satélite para mapear condições agrícolas

Criada em setembro do ano passado por quatro jovens empreendedores – Raphael Pizzi, Mariana Vasconcelos, Thales Nicoleti e Anderson Casemiro – a  Agrosmart é uma startup que utiliza sensores, dados meteorológicos, processamento de imagens e uma aplicação baseada em Cloud Computing, fornecendo ao agricultor o monitoramento de diversas variáveis em tempo real para a agricultura de precisão. Com isso, entrega informações que irão proporcionar uma melhor tomada de decisão capaz de aumentar a qualidade e a quantidade da produção, além de otimizar o uso de recursos. A empresa é uma das novas estrelas do agronegócio brasileiro e prepara-se para crescer neste que é um dos maiores mercados de agricultura do mundo.

A empresa surgiu em 2013, no Startup Weekend da UNIFEI, a universidade federal da cidade mineira de Itajubá, no qual foram vencedores. Porém a ideia ficou um pouco de lado, pois na época os futuros sócios atuavam em outras empresas. A grande virada só viria a acontecer no final de 2014 através do programa Startup Brasil, do Governo Federal, que abriu um edital onde o projeto da Agrosmart foi aprovado. “Com isso ganhamos R$ 200 mil reais em bolsas e começamos ser acelerados pela Aceleradora Baita de Campinas, o que nos ajudou a realmente desenvolver o produto”, revela Raphael Pizzi.

De acordo com Mariana Vasconcelos , a tecnologia desenvolvida pela empresa pode gerar uma economia de água de até 60%, já que a necessidade hídrica da planta é mapeada pelos sensores, que oferecem o cálculo de quanto cada área deve ser irrigada por dia. A jovem empreendedora mineira, de 23 anos, criou um app simples, que segundo ela “fala a linguagem do agricultor” e permite o monitoramento real de áreas plantadas.

A boa receptividade que as soluções da empresa vêm obtendo faz com que os planos de expansão já abarquem todo o mercado nacional nos próximos anos e também a inserção nos canais de ponta da pesquisa internacional. “Está em nossos planos a internacionalização, e provavelmente iremos começar pelos Estados Unidos, com o prêmio que a Mariana Vasconcelos ganhou. Com a ida dela para Singularity University/NASA, conseguiremos estreitar nosso relacionamento com as empresas e fornecedores americanos e também já temos planos de iniciar nosso P&D por lá no final deste ano”, adianta Raphael Pizzi. As soluções proporcionadas pela nova empresa em solo brasileiro mostraram que os usuários já obtiveram economia real de água e energia, além do aumento da produtividade. Além disso, os agricultores encontraram maior facilidade em gerenciar sua produção e acompanhar a safra mesmo longe da fazenda, graças ao fator de gerenciamento à distância do aplicativo.

Para os empreendedores da Agrosmart, ainda existe uma noção errônea de que tudo que é feito fora do Brasil é melhor, embora existam empresas nacionais que já são referências para o mercado internacional. No entanto, o país ainda é bastante carente em soluções tecnológicas para o campo, principalmente na área de monitoramento. A rede de estações meteorológicas, satélites e radares, comparado a outros países ainda é muito pequena. Por isso, um dos objetivos da empresa é ajudar a expandir estas redes, que auxiliam em muito a tomada de decisão na agricultura.

A atuação da Agrosmart, assim como seus pares de tecnologia no emergente mercado do agronegócio brasileiro, vem preencher uma lacuna onde os agricultores, principalmente os pequenos e médios, ainda tem uma carência muito grande de soluções tecnológicas. A mudança de modelos de gestão nas propriedades rurais promete ser o grande eixo para o aumento da produtividade nesta década. O simples fato de que a crise econômica estimula soluções criativas e mais adaptadas aos novos tempos de mais produtividade aliada a alta tecnologia abre um mercado novo e promissor para as startups do agronegócio brasileiro.

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