A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para definir a taxa básica de juros para os próximos 45 dias, a Selic, começa na tarde de hoje (22).
No primeiro dia de reunião os chefes de departamento do BC fazem apresentações técnicas sobre a conjuntura econômica e financeira. Amanhã, será feita análise das projeções atualizadas da inflação para que seja definida a nova meta da Selic por decisão dos diretores e do presidente do Banco Central.
A Selic, usada pelo Banco Central para ajudar a controlar a inflação, é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil (overnight), lastreados por títulos públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
Depois que o Copom estabelece a taxa Selic, cabe à mesa de operações do mercado aberto do Banco Central manter a taxa diária próxima à meta.
De acordo com o boletim Focus, divulgado ontem (21) pelo Banco Central, analistas de mercado esperam que seja mantida a "dosagem" do aumento dos juros em 0,5 ponto percentual como fez nas duas últimas reuniões realizadas pelo Comitê.
Atualmente, a meta da Selic está em 12,25%, um ponto percentual acima do valor fixado (11,25%) no início deste ano, caracterizado pelo alta de alimentos e commodities no mundo. No mercado interno, o Banco Central vê descompasso entre oferta e demanda.
Para o final do ano, a estimativa dos analistas de mercado é que os juros básicos cheguem a 14,25%. Para 2009, eles projetam 13,75%.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles tem dito que a inflação deve convergir para o centro da meta de 4,5% no próximo ano. Nos 12 meses fechados em junho, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está em 6,06% próxima do limite da meta de 6,5%.
Ao definir a meta de inflação, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu uma margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, a inflação estará na meta se ficar no intervalo de 2,5% a 6,5%. Mas os analistas de mercado já projetam o IPCA em 6,53% ao final de 2008. Para o próximo o ano, que tem a mesma meta, a expectativa é que a inflação seja de 5%.
No caso de a meta de inflação não ser cumprida, cabe ao Banco Central comunicar por meio de carta aberta ao ministro da Fazenda o motivo para o descumprimento, as medidas que serão adotadas para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo para o qual se espera que as providências produzam efeito.
A última vez que houve descumprimento da meta foi em 2003, quando a inflação medida pelo IPCA chegou a 9,3%. Naquele ano, o limite superior da meta era de 6,5%, com centro em 4%.