O bolso do consumidor já foi atingido pela alta dos juros bem antes do anúncio da elevação da taxa Selic para 11,75% ao ano, anunciada na quarta-feira (dia 16). "Esse aumento foi repassado para quem recorreu ao crédito nos últimos três meses", diz o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Ferreira.
A alta das taxas, observa, vem sendo notada desde o início do ano, quando os juros do mercado futuro saíram de algo em torno de 10% para 13% ao ano. "Aos poucos, a alta foi repassada para o consumidor final pelas financeiras e bancos", diz. Por isso, ele considera pouco provável um aumento imediato das taxas. "Como o Banco Central sinalizou que vai enfrentar esse pequeno surto inflacionário, acho que a tendência dos juros no mercado futuro é de queda." Nesse caso, acrescenta, os juros para o consumidor, a médio prazo, poderiam permanecer ou cair.
No cartão de crédito, por exemplo,cada vez mais utilizado pelo consumidor como meio de pagamento, os juros médios subiram em março 0,29% e ficaram em 10,73% ao mês, a mais alta taxa desde novembro de 2003. O levantamento feito pela Anefac mostra também que todas as linhas de crédito oferecidas ao consumidor aumentaram em março e deixaram a taxa média em 7,28% ao mês ou 132,39% ao ano. Mesmo com essas altas e o repasse da Selic nas próximas semanas, Oliveira não acredita numa retração. "O efeito na prestação será muito pequeno", diz. Na avaliação do presidente da Acrefi, o crédito deve crescer este ano de 20% a 25% em relação a 2007.