Criação de peixes regula preços durante piracema

Em Mato Grosso, volume da produção no cativeiro já é oito vezes superior à da pesca

A piracema é o período em que os peixes sobem os rios até suas nascentes para desovar. Quando ocorre, a pesca é proibida. Em Mato Grosso, o pescado da piscicultura comercial desempenha função de regulador de preços no mercado e quem sai ganhando é o consumidor, que tem o produto durante todo o ano a preço justo.

Segundo a presidente da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat), Maria da Glória Bezerra Chaves, não há incremento no consumo em função da proibição. “Antes, havia, mas predomina o hábito de consumir pescado de piscicultura durante todo o ano”, constata.

O consultor Francisco de Medeiros confirma que não há interferência no consumo pela falta de captura e que o preço do pescado não sobe na época da piracema como há alguns anos, antes da piscicultura comercial se consolidar em Mato Grosso. A piscicultura comercial responde pela maior parte do consumo de pescado em Mato Grosso e a atividade é apoiada pelo Sebrae no estado.

Números

De acordo com senso do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em 2009, Mato Grosso teve 4 mil toneladas de peixes pescados, enquanto na aquicultura o volume produzido foi de 32 mil toneladas. Existem 1,2 mil empresários na piscicultura comercial e a produção cresce ano a ano. A projeção é que a de 2011 fique em torno de 37 a 40 mil toneladas.

Segundo Medeiros, a comercialização é feita principalmente na Baixada Cuiabana. Apenas 5% são vendidos a outros estados (Goiás, Tocantins e Distrito Federal). “O consumo no interior de Mato Grosso também ainda é muito pequeno”, ressalta.

Na próxima quarta-feira (9), o consultor de mercado Augusto Aki fará o planejamento das ações para a piscicultura em 2012 de acordo com as demandas dos produtores.
 

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