A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou hoje (15) a liberação comercial de um feijão, tipo carioquinha, geneticamente modificado. A variedade, produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é resistente ao vírus do mosaico dourado – principal praga que ataca a cultura no Brasil e na América do Sul.
O feijão transgênico foi aprovado em uma reunião extraordinária da comissão, por 15 votos a favor, 2 abstenções e 5 pedidos para prorrogar a votação. Ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a CTNbio é responsável pela liberação comercial de organismos geneticamente modificados no Brasil.
Com a liberação comercial do novo feijão, o próximo passo é a realização de ensaios para registro da variedade no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As primeiras sementes deverão estar prontas para plantio em três anos.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Francisco Aragão,
o feijão transgênico pode reduzir o índice de perda nas lavouras, uma vez que a nova variedade tem uma espécie de “vacina” que protege a planta da doença. O mosaico dourado, segundo a CTNBio, torna as folhas amareladas e provoca nanismo, deformação das vagens e grãos e abortamento das flores.
A pesquisa para chegar ao grão geneticamente modificado durou dez anos e é a primeira desenvolvida exclusivamente por uma instituição pública brasileira.
Durante a tramitação do processo na CTNbio, o feijão transgênico enfrentou resistência de movimentos sociais, organizações ambientalistas e associações de pequenos produtores. As entidades contestam a ausência de estudos com o novo feijão em todos os biomas brasileiros e a falta de dados sobre os possíveis impactos da modificação genética sobre todas as variedades do grão consumidas no país.