A inflação dos alimentos não é a única preocupação dos países mais industrializados do mundo. A disparada nos preços do petróleo – que chegou a bater os US$ 140 o barril – também está na ordem do dia da reunião do G8, que começa hoje (7) e vai até quarta-feira (9) na Ilha de Hokkaido, no Japão. Líderes dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha. Itália, Japão e Rússia temem o impacto da alta dos combustíveis na estabilidade da economia global e na trajetória do desenvolvimento.
Em reunião preparatória à cúpula, há cerca de 20 dias, os ministros de Finanças dos países membros do grupo pediram o aumento da produção de petróleo no mundo e ressaltaram a necessidade de aumentar a eficiência energética de todas as economias. Também defenderam a diversificação de fontes de energia.
Nesse sentido, frisaram a necessidade de avançar nas pesquisas sobre biocombustíveis de segunda geração – produzidos a partir de matérias primas que não podem ser usadas como alimento. O mesmo foi defendido pelo primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, na Conferência de Alto Nível sobre Segurança Alimentar da FAO, em Roma, no mês passado.
"Como os biocombustíveis representam oportunidades e desafios, é essencial a sustentabilidade da produção e de seu uso", diz o documento final da reunião de ministros de Finanças do G8. Eles pedem ainda atenção aos mercados de futuros, numa demonstração de que acreditam na especulação como uma das causas da elevação nos preços das commodities – tanto petróleo quando produtos agrícolas.
As conclusões serão levadas aos líderes do G8. Os mandatários também devem levar em conta os resultados da reunião de produtores e consumidores de petróleo, realizada no dia 22 de junho na Arábia Saudita. O encontro – do qual o Brasil participou como convidado – resultou em recomendações para a estabilização do mercado de petróleo, como o aumento das capacidades de produção e de refino e a regulação dos mercados financeiros.
Mais dois documentos devem ser agregados aos debates da cúpula anual do G8: um estudo do Banco Mundial sobre o impacto da alta dos preços das commodities nas perspectivas de desenvolvimento e uma proposta do Fundo Monetário Internacional para reforma dos programas de subsídios aos combustíveis fósseis.