O Brasil tem ainda uma das economias mais protecionistas do mundo e, mesmo com uma pauta de exportações considerada como exemplar, sua integração da economia nacional no mercado externo é uma das menores registradas. A avaliação é do Banco Mundial que nesta terça-feira, 17, publicou um relatório em que faz uma avaliação detalhada do perfil comercial de cada país.
No ranking que mede as barreiras às importações, o Brasil ocupa apenas a posição de número 92, superado pela China, Paraguai, Chile, Uruguai, Rússia, Bolívia e Venezuela. Já a Argentina vem na posição de número 96.
A liderança no ranking é de Hong Kong e Cingapura, que praticamente não aplicam tarifas de importação. A Suíça vem na terceira colocação, seguida por Turquia, Papua Nova Guiné. Os americanos estão apenas na 11ª colocação, enquanto a UE ocupa a 21º lugar no ranking.
Em termos de política comercial, o Banco Mundial destaca que "o regime tarifário brasileiro é mais protecionista que a média da América Latina ou dos países de renda média no mundo".
Segundo avaliação, a média tarifária é de 8,7% e a tarifa mais alta é de 35%, considerada pelo Banco como baixa. Mas no que se refere à média da tarifa aplicada, a taxa chega a 12,2%, acima da média regional.
Outro problema são as barreiras não tarifárias, que afetam 46,1% das linhas tarifárias. Na América Latina, essas medidas afetam apenas 35% dos produtos. Segundo o Banco Mundial, portanto, ao avaliar toda a política comercial brasileira, a constatação é de que setores ainda contam com a proteção criada pelo estado.
O Banco Mundial admite que o Brasil vem liberalizando seu setor de serviços, como telecomunicações, serviços financeiros e a portos e aeroportos.