Economia do País melhora, apesar de avaliação negativa da América Latina

O desempenho econômico brasileiro melhorou este ano, mesmo em um cenário em que ocorre uma piora na avaliação do desempenho econômico da América Latina, como um todo. É o que revela a Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto IFO, e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com as duas entidades, ao se analisar o ranking de Clima Econômico elaborado pelas organizações, o Brasil ocupa em abril a 3ª posição – sendo que, em janeiro, o País se posicionava em 4ª. Já na comparação com abril de 2007, o Brasil subiu quatro posições, já que ocupava apenas a  7ª colocação na época.

"Descobertas do petróleo, ganho do grau de investimento, o crescimento econômico de 2007 são alguns dos fatores que ajudam a explicar esse resultado", afirmou a FGV em nota.

No Brasil, o índice subiu para 6,5 pontos em abril ante 6,4 pontos em janeiro, devido a uma melhora no componente de situação atual – para 7,9 pontos contra 7,5 pontos no começo do ano – e estabilidade no de expectativas – que ficou em 5,1 pontos em abril comparado a 5,2 pontos em janeiro.

Já o Índice de Clima Econômico da América Latina recuou para 4,9 pontos em abril, ante 5,2 pontos em janeiro, ficando abaixo da média histórica dos últimos dez anos, de 5,1 pontos. O dado também ficou abaixo dos 5 pontos pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2003.

Segundo a FGV, isso "indica que a avaliação do desempenho econômico é considerada ruim". A deterioração na região acompanha a tendência mundial: o índice global recuou para 4,6 pontos em abril, ante 5,1 pontos em janeiro.

Na América Latina, entre os destaques o indicador teve ligeiro aumento no Brasil, Venezuela e Uruguai e caiu na Costa Rica e na Argentina.

Inflação: a maior vilã

A inflação é o principal problema identificado por analistas para o cenário econômico latino-americano. "Entre os 12 países latinos selecionados, quatro apontam a inflação como o problema número um (Argentina, Chile, Costa Rica e Peru)", esclareceram as entidades, em comunicado.

O segundo maior problema na América Latina é a falta de competitividade internacional, selecionada como a principal questão pelos especialistas do Brasil e da Colômbia. "Em terceiro lugar é a falta de mão-de-obra qualificada (terceiro problema para o Brasil), seguido do desemprego (principal questão para o México) e falta de confiança nas políticas do governo – primeiro lugar na Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela", detalharam as instituições, em seu informe.

Além de realizar a sondagem trimestralmente, as duas entidades realizam uma pesquisa, a cada dois trimestres, para analisar quais os principais problemas identificados por especialistas em avaliar o cenário da região.

Facebook
Twitter
LinkedIn