Empresas que incluem a sustentabilidade na estratégia do negócio possuem um valor de mercado até 19% superior em comparação com aquelas que não estão atentas à questão. A conclusão é de um estudo realizado pelo Ibmec-SP, que analisou as companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, carteira que reúne hoje 40 ações de 32 empresas com o que o mercado chama de "boas práticas socioambientais e de governança".
A pesquisa analisou 240 empresas não-financeiras listadas na Bovespa entre 2005 e 2007 e comparou, com base em cálculos financeiros, o desempenho das empresas listadas no ISE com o de outras empresas de capital aberto. Foram avaliados itens como tamanho das empresas, lucratividade, pagamento de dividendos aos acionistas e o chamado Quociente de Tobin, ou Q de Tobin – variável resultante da divisão do valor de mercado de uma companhia pelo valor de seu patrimônio físico. Empresas com ativos intangíveis fortes, como reputação e marcas reconhecidas, tendem a ter o Q de Tobin superior a 1.
Entre 2005 e 2007, o Q de Tobin das empresas listadas no ISE da Bovespa variou de 2,06 a 2,29. No mesmo período, as empresas da Bovespa que não fazem parte do ISE tiveram uma variação do Q de Tobin de 1,66 a 1,88. "As empresas que estão no ISE apresentaram um valor de mercado até 19% superior ao das empresas que não fazem parte da carteira", diz o professor de macroeconomia do Ibmec-SP José Luiz Rossi Júnior, autor do estudo. A pesquisa aponta também que as empresas listadas no ISE usam de forma mais extensiva os derivativos – uma indicação de políticas internas de gestão de riscos – , têm menor alavancagem (endividamento), maior lucratividade e pagam mais dividendos.