Os empresários do transporte de cargas da Argentina pediram hoje ao Governo argentino que interceda perante o do Brasil, onde uma greve de agentes alfandegários mantém parados cerca de quatro mil caminhões argentinos.
A Federação de Entidades Empresarias do Auto-transporte de Cargas (Fadeeac) indicou em comunicado que por causa da medida de força, que nesta quarta-feira completará 45 dias, os caminhões argentinos permanecem detidos nos postos fronteiriços com o Brasil.
Em nota enviada ao ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Taiana, a entidade solicitou que "arbitre as medidas que considerar necessárias perante as autoridades da República Federativa do Brasil para alcançar uma solução emergencial à problemática originada".
"Os prejuízos materiais são imensuráveis e os custos humanos aumentam com o passar dos dias, enquanto cresce a insegurança pela acumulação de veículos que transcendem a área de controle para permanecer nas estradas em ambos os lados da mesma", diz o texto.
Após alertar para "os negativos efeitos que a greve está gerando sobre toda a atividade vinculada ao setor externo", o documento indicou que "apesar de o conflito durar mais de um mês e meio, a situação continua sem encontrar um caminho de solução".
A associação empresarial afirmou que apresentou "notas de similar teor perante as embaixadas da Argentina em Brasília e do Brasil em Buenos Aires, destacando que o conflito adquiriu uma dimensão regional".
Também iniciou contatos com a câmaras de importadores e exportadores, assim como com a União Industrial Argentina, "já que a problemática originada na fronteira está prejudicando seriamente outros setores produtivos".
"Os caminhões que tentam atravessar a fronteira, que em períodos normais demoram horas a fazer a fiscalização e controle na alfândega, vão se acumulando ao se estender para entre 12 e 15 dias essa tramitação", disse.
Segundo a Fadeeac, por causa desta situação as empresas do setor começaram a reter os caminhões em suas instalações para evitar que os veículos continuem se acumulando nas fronteiras.
A Federação acrescentou que a situação também foi colocada pelo Conselho Empresarial de Transporte de Cargas por Estrada do Mercosul a legisladores do Parlamento do bloco que a Argentina e Brasil integram junto com Paraguai e Uruguai.