Empresas brasileiras passam por internacionalização, mostra pesquisa

Entre as cem empresas de países emergentes com maior potencial de internacionalização comercial e de investimentos diretos, há brasileiras como Brasken, Coteminas, Embraco, Embraer, Gerdau, Natura, Petrobras, Sadia, Vale do Rio Doce, Votorantim e Weg, conforme revelou uma pesquisa da Fundação Dom Cabral. A maior parte das empresas da lista, entretanto, tem origem chinesa.

A escalada de inserção de companhias do Brasil no mercado mundial tem como base uma mudança de postura dos empresários, que começou com a abertura da economia, nos anos 90, quando ficou patente a necessidade de as empresas nacionais se tornarem competitivas, interna e externamente, de acordo com o pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) João de Neri Araújo.

Alianças e outras estratégias

O cenário incentivou a busca de alianças com outras companhias, bem como a instalação externa de escritórios de venda, assistência técnica, representações comerciais e unidades de produção. Exemplos de organizações que vivem esse quadro é a Ambev, que se uniu à belga Interbrew, em 2004, a montadora de veículos Marcopolo e a beneficiadora de suco de laranja Cutrale.

Algumas iniciativas tiveram o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), segundo informou a Agência Brasil. Entre elas, a aquisição da Swift Armour argentina pela Friboi, a implantação de duas unidades armazenadoras da Cooperativa Agroindustrial Lar no Paraguai, e a compra, pela Itautec, de uma distribuidora de produtos de informática nos Estados Unidos.

Investimento brasileiro direto

Segundo Araújo, as exportações brasileiras cresceram 149,5%, de 2000 a 2006, em grande parte por conta da inovação tecnológica e da internacionalização das empresas nacionais. No entanto, o mais importante a destacar, conforme deixou claro a economista Daniela Corrêa, no boletim da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) é o aumento sistemático do investimento brasileiro no exterior.

Entre 1994 e 2005, o investimento brasileiro lá fora havia somado US$ 30 bilhões, de acordo com dados do Banco Central. Somente no ano de 2006, entretanto, a soma foi de US$ 28,2 bilhões. O aumento se explica, em grande parte, pela compra da mineradora de níquel Inço, do Canadá, pela empresa Vale do Rio Doce, por US$ 14,6 bilhões.

A economista explica que muitas empresas nacionais perceberam que é mais simples e produtivo produzir em outro país do que contornar os entraves logísticos e legais (barreiras protecionistas, tarifárias e não-tarifárias), que implicam as exportações. Mas deve-se considerar, ainda, a desvalorização do dólar, que encareceu o produto brasileiro no exterior, mas aumentou a rentabilidade das empresas brasileiras que investem diretamente em outras nações.

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