Falta de confiança no destino de impostos faz consumidor comprar produtos piratas

Além de esvaziar os cofres públicos, a corrupção prejudica o comércio legal de produtos e favorece a pirataria. Isso porque os consumidores já perderam a confiança no destino que as instâncias governamentais dão ao imposto cobrado nos produtos e optam por pagar mais barato por um produto do mercado paralelo.

Segundo pesquisa do Instituto Akatu, divulgada na última sexta-feira (29), o argumento de que comprar produtos falsos não é bom para a população, devido à perda na arrecadação, não mobiliza os consumidores, que avaliam que o custo-benefício do produto pirata é mais vantajoso do que o do legal.

Autores e fabricantes ricos

Outro argumento contra a pirataria é o prejuízo de empresas, artistas e autores, que não recebem pelo produto ou pelos direitos autorais. Mas essa justificativa também não é considerada pelos consumidores, que acreditam que as companhias e artistas já são muito ricos, possuem altos lucros e não são ameaçados pela pirataria.

O estudo também apontou que, apesar de prejudicar o comércio formal, as pessoas acreditam que estão ajudando o camelô que não consegue um emprego formal e que, apesar das dificuldades, não está assaltando.

Visão da pirataria

Outra descoberta sobre a avaliação dos consumidores sobre a pirataria mostra que aqueles que pagam mais caro pelo produto legítimo são tratados como "bobos" em suas comunidades.

Além disso, a pesquisa mostrou que, embora conheçam a relação da pirataria com o crime organizado, os consumidores não entendem realmente o impacto do seu "pequeno" ato de consumo e não percebem que o valor baixo que pagam pelo produto pirata possa ter o poder de alimentar o crime organizado.

Aumento da pirataria

A compra de produtos piratas tem aumentado nos últimos anos, sendo que, em 2005, 74% das pessoas compravam esse tipo de produto, e em 2006 eram 75%, sendo que mais da metade da população brasileira já consumiu produtos falsos ou pirateados nos últimos anos.

Considerando o mercado de DVDs, entre 2006 e 2007, o número de pessoas que haviam comprado esse tipo de mídia pirata aumentou de 35% para 53%.

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