O diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, pediu ao Japão e a outros países ricos que dêem prioridade à agricultura para resolver a atual crise mundial dos alimentos. O Japão se comprometeu a colocar a crise na pauta quando sediar o encontro anual do G-8 em julho. O G-8 reúne os sete mais países mais ricos do mundo e a Rússia.
"Focar em agricultura, desenvolvimento e assistência à África será um elemento crucial para resolver a crise dos alimentos", afirmou Diouf. De acordo com o Banco Mundial, os preços globais dos alimentos quase dobraram em três anos, gerando protestos e violência em países em desenvolvimento e restrições às exportações.
O diretor da FAO disse em uma conferência que, com a diminuição da assistência ao desenvolvimento de nações pobres, a participação da assistência do exterior que é destinada à agricultura caiu para 3% em 2005, de 17% em 1980. "Acredito que o Japão, em conversas com outros chefes de Estado, pode garantir que essa tendência seja revertida para que a agricultura possa alimentar uma população global de 6 bilhões de pessoas atualmente e de 9 bilhões até 2050", declarou.
"Em um momento em que 862 milhões de pessoas não possuem alimentação adequada, a agricultura receberá a prioridade merecida", acrescentou. Diouf disse que pediu mais investimentos na infra-estrutura, como estradas rurais, irrigação e armazéns modernos na África para combater o desperdício e melhorar a produção.
O diretor disse ainda que irá trabalhar com o primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, e outros membros do G-8 em um plano de ação, incluindo a necessidade de sementes, fertilizantes e ração animal para a temporada atual e a próxima.