Fintech facilita acesso ao crédito para produtores de café

Bigtrade já atendeu mais de 40 produtores, com um total de R$ 30 milhões em recursos

De acordo com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (FunCafé), as liberações de recursos para o Ano Safra 2023/2024 totalizaram cerca de R$ 5 bilhões, enquanto a oferta de crédito chegou a R$ 6 bilhões. Este montante beneficiou mais de 3 mil agricultores com acesso ao crédito rural.

No entanto, a demanda supera significativamente a oferta, criando um descompasso. Além disso, os sistemas tradicionais de crédito são caracterizados por processos burocráticos e demorados, que dificultam o acesso dos pequenos e médios produtores. Neste contexto, surgiram as fintechs agrícolas, que têm desempenhado um papel crucial na democratização do acesso ao crédito, utilizando tecnologia para atender às demandas dos produtores de forma mais eficiente.

A Bigtrade é um exemplo, ampliando sua atuação no financiamento da cafeicultura nacional. A empresa facilita e agiliza o acesso ao crédito para produtores nas principais regiões cafeeiras de Minas Gerais, além de estados como São Paulo, Bahia e Espírito Santo. Minas Gerais, o maior produtor e exportador de café do Brasil, tem uma estimativa de faturamento bruto de quase R$ 30 bilhões para este ano, um crescimento de 7% em relação a 2023.

Produtividade
O acesso ao crédito impacta diretamente na produtividade, como explica o produtor rural Edenilson Fornaro, responsável pela Fazenda Paiolinho, situada na Serra do Salitre. “Acho que fui um dos pioneiros a pegar empréstimo com a Bigtrade, e eu o processo foi rápido e desburocratizado. Consegui comprar meus insumos e os apliquei na hora certa. Isso, claro, tem um impacto muito positivo na lavoura”, conta.

Para facilitar o acesso ao crédito, a Bigtrade desenvolveu a plataforma Agrodesk, que permite aos produtores realizarem todo o processo online, desde o cadastro até a obtenção do crédito. A plataforma utiliza dados combinados com métricas e inteligência artificial para avaliar riscos legais, ESG, capacidade de pagamento e produtividade. Isso possibilita uma tomada de decisão mais informada, oferecendo uma visão 360° dos produtores e de suas propriedades.

Luiz Octávio Braga (foto em destaque), CEO da Bigtrade, informa que, até o momento, mais de 40 produtores foram atendidos, totalizando cerca de R$ 30 milhões em crédito de custeio e capital de giro, com a opção de pagamento em dinheiro ou café. Essa possibilidade, além de um atrativo, é também uma facilidade a mais para os cafeicultores, como conta Felipe Santana, da Obba Agronegócio, localizada em Patrocínio (MG). “A operação que a Bigtrade oferece aos cafeicultores é vantajosa pois facilita o acesso ao crédito. Isso ocorre porque o penhor pode ser feito na safra, e a operação, baseada em fixação, utilizando sacas de café, uma moeda que o produtor conhece melhor”.

Necessidade de Informação e Capacitação – Segundo Juliano Silva, diretor Comercial da Bigtrade, muitos produtores enfrentam dificuldades para compreender e navegar pelo sistema financeiro, devido à falta de informação e capacitação sobre as opções de crédito disponíveis e os procedimentos para obtê-las.

O Conselho Nacional do Café (CNC) vem ressaltando, em suas falas e iniciativas, a necessidade de criar um espaço de diálogo com as autoridades governamentais e instituições financeiras. O objetivo é simplificar os processos de concessão de crédito e reduzir a burocracia, sem comprometer a segurança. O CNC defende que políticas que incentivem taxas de juros mais acessíveis e condições de pagamento favoráveis são essenciais para apoiar todas as etapas da cadeia produtiva do café, desde a produção até a comercialização e industrialização.

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