A disposição do governo federal de apoiar obras importantes para a economia fluminense, como o Arco Rodoviário, vai facilitar a atração de investimentos estrangeiros para o estado. A opinião é do economista Luiz Martins de Melo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“O governo federal finalmente despertou para a importância do estado na economia nacional e internacional pelo fato de que o Porto do Rio, do século 19 até os anos 30, no século 20, foi o principal centro logístico do país”, afirmou o economista.
A expectativa do professor do Instituto de Economia da UFRJ é de que a missão governamental e empresarial à França, iniciada nessa segunda-feira (19), poderá trazer bons resultados para o estado e o país em termos de parcerias e investimentos.
Ele comentou que atualmente o estado está numa situação muito propícia para investimentos em razão da mudança registrada no ambiente econômico a partir de grandes projetos que começaram a ser feitos. Entre eles, citou o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), a melhoria da infra-estrutura local e o Porto de Sepetiba, batizado de Porto de Itaguaí.
“São grandes projetos que foram feitos e, com isso, você melhorou muito a atratividade da economia do Rio e começou a movimentar a economia. Tanto que, pela primeira vez em muito tempo, os salários do Rio estão aumentando acima da média nacional. Então, você está vendo que melhorou o investimento, melhorou o nível de emprego. Acho que a oportunidade é ótima”, disse.
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Segundo Luiz Martins, a indústria petroquímica é um dos setores potenciais do Rio de Janeiro que poderá despertar o interesse de possíveis investidores estrangeiros. Ele destacou a necessidade, nessa área, de implantação das empresas de segunda e terceira geração petroquímica para aproveitar o petróleo e as refinarias que foram construídas. Outro setor de interesse para investimentos é o de energia.
Martins afirmou que o estado deve recuperar sua capacidade de ser o centro logístico do país, com investimentos em infra-estrutura ferroviária, rodoviária e portuária “para fazer com que você tenha o Porto de Sepetiba em condições de ser o grande porto distribuidor de carga para o Atlântico Sul”. A integração desses modais de transportes pode melhorar a logística fluminense e nacional. O efeito colateral positivo desse projeto é que ele potencializa a indústria do turismo, porque implica em melhoria de todo o sistema de transporte, facilitando o deslocamento das pessoas, acrescentou o economista.
“A posição do Rio de Janeiro nessa logística nacional é muito importante porque irradia para dentro do país, para o interior, até Mato Grosso do Sul, fazendo com que você tenha enorme capacidade de fazer com que o estado seja um pólo de atração de investimentos para toda essa área”, disse. Para Martins, a transformação do Rio em um centro de logística importante vai repercutir de modo positivo sobre cadeias produtivas de grãos, de aço e petroquímica, entre outras.
Liderada pelo governador Sérgio Cabral Filho, a comitiva permanecerá na França até o próximo dia 21. Além de promover o estado internacionalmente e atrair investimentos diretos para o desenvolvimento econômico fluminense, a missão visa também promover o intercâmbio de políticas públicas com governos estrangeiros e instituições internacionais. Ela é organizada pela Subsecretaria de Relações Internacionais do governo do Rio em parceria com a Federação das Indústrias do estado (Firjan).