A crise econômica originada das dificuldades no setor de hipotecas de alto risco de inadimplência ("subprime") dos EUA e os desafios de crédito resultantes não ficaram para trás, disse o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acrescentando que não espera uma recuperação até pelo menos o começo de 2009.
Para ele, o atual aumento na inflação global, especialmente nos preços de alimentos, pode prejudicar não só a economia mundial, mas também a situação política, assim como, no passado, os custos crescentes de alimentos levaram a tensões sociais e até à derrota de governos. "Não é apenas um problema econômico, humanitário, é também um problema de democracia, um problema de paz", disse Strauss-Kahn, em conferência organizada pelo presidente de Israel, Shimon Peres.
Segundo o diretor-gerente do FMI, os países que experimentaram crescimento econômico anual sem precedentes na última década, como muitos na África, podem perder muitos desses avanços se a inflação continuar subindo.
No mesmo evento, Abby Joseph-Cohen, estrategista-chefe de investimentos do banco Goldman Sachs, disse esperar uma melhora no nível macroeconômico no segundo semestre de 2008. "O sofrimento não acabou, mas há sinais de melhora", disse ela. A estrategista espera crescimento no Produto Interno Bruto dos EUA no segundo semestre de 2008, mas alertou que a economia americana provavelmente irá se contrair 0,5% no segundo trimestre. As informações são da Dow Jones.