O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou hoje que o fundo soberano brasileiro, cuja estrutura está sendo finalizada pelo Ministério da Fazenda, terá como objetivo montar uma estratégia de apoio à prestação de serviço e à ampliação da atividade de empresas brasileiras no exterior. Segundo o ministro, o fundo financiará a atuação dessas empresas, por exemplo, na venda de serviços ou em incorporações com outras companhias.
O ministro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, durante a última reunião para discutir a política industrial, o pedido para que o fundo soberano seja criado. "O presidente acha que pode ser um instrumento para financiar nossas atividades na América Latina e na África, onde nossas empresas carecem de financiamento", afirmou Bernardo.
O ministro evitou falar em prazos, mas disse que o ministro Guido Mantega (Fazenda) está finalizando a proposta de criação do fundo. "Acho que teremos notícias nos próximos dias", disse Bernardo. Ele afirmou também que ainda não está definido o tamanho do aporte financeiro que o fundo receberá, mas disse que a sua criação não está ligada ao objetivo de conter a valorização do real. "Acho difícil ter um instrumento único para conter o dólar. Esse é um problema mundial", disse.
BNDES
O ministro do Planejamento disse que o governo estuda a possibilidade de criar uma subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no exterior ainda dentro do objetivo do governo de apoiar as atividades das empresas brasileiras em outros países. Bernardo disse que essa subsidiária não deve operar o fundo soberano, mas deve trabalhar junto com ele.
Ao ser questionado se o objetivo do fundo soberano não seria o de diversificar as aplicações financeiras com os recursos das reservas internacionais, o ministro disse que o critério não é só quanto que o fundo terá de retorno, embora tenha destacado que o BNDES tem esse papel hoje dentro do País e é remunerado por esta atividade.