Gerdau diz que Brasil está 15 anos atrasado e sistema tributário inviabiliza PMEs

O empresário Jorge Gerdau afirmou, durante o Congresso da Indústria 2008, na última quinta-feira (12), que o País está 15 anos atrasado, em referência à alta carga tributária paga pelo contribuinte e à reforma tributária, que nunca sai do papel.

Exaltado, em mesa-redonda da qual participava o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e o relator da proposta de Emenda Constitucional da Reforma Tributária, deputado Sandro Mabel, ele afirmou que "não tem mais país no mundo que não tenha feito essa reforma há mais de 15 anos".

"E não estou falando dessa pequena reforma que o governo está propondo. Até a Bolívia já reformou seu sistema", acrescentou. Depois, mais calmo, disse a Appy que seu trabalho era essencial. "É a primeira vez que não surge uma liderança fiscal, mas econômica".

Sistema tributário inviabiliza PMEs
Gerdau criticou, por diversas vezes, primeiro na frente dos empresários que compareceram ao evento, depois para jornalistas, o sistema tributário brasileiro, que, segundo ele, inviabiliza a vida das pequenas e médias empresas.

"Nós todos, graças a essa cultura de pagar imposto sobre imposto, desenvolvemos um nervo de cultura até dentro do próprio empresariado. Dentro de um cenário mundial, quando eu compro um produto, tenho o preço do produto sem imposto e, quando vou pagar, sei que terei que pagar um imposto adicional. Então, o que a Fiesp e o empresariado estão propondo? Transparência. O povo tem que saber quanto está pagando de imposto", explicou.

O que mudaria com a transparência
Questionado sobre o que seria, na prática, essa transparência, ele afirmou que a proposta é muito evidente: "No mundo inteiro, só tem três impostos: imposto sobre patrimônio, o IVA e o Imposto de Renda. Mas nós temos 112 impostos e taxas no Brasil. É uma confusão. Se tomarmos por base diversos locais, cada um com sua própria regulamentação, concluímos que o sistema tributário praticamente inviabiliza a vida do empresário", enfatizou.

E acrescentou: "A estrutura é tão complicada que só realmente grandes empresas estruturadas, com muitos especialistas, conseguem atender os processos".

Jornalistas perguntaram a ele o quanto gasta com os impostos. "Se considerarmos toda a organização espalhada pelo País, de ponta a ponta, a Gerdau tem 200 funcionários para cuidar da agenda tributária. No exterior, dentro de uma estrutura semelhante, faço isso com dois ou três funcionários".

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