A cadeia produtiva do leite no Rio de Janeiro vai receber, nos próximos meses, investimentos no valor de R$ 60 milhões. Os recursos, que serão liberados pelo governo do estado, são decorrentes de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). De acordo com o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, o investimento será destinado à modernização de cooperativas, associações de produtores e indústrias do setor.
“O nosso objetivo é permitir a modernização da cadeia produtiva. Esperamos que com os recursos os produtores possam comprar equipamentos para ordenha e inseminação artificial, tanques de resfriamento, entre outras aquisições que garantam a melhoria das condições de vida no meio rural”, disse. “É um incentivo para que ele também aumente sua produtividade, usando menos os recursos naturais, como a água e o solo, e ampliando a sustentabilidade do setor”, completou.
Segundo o secretário, a medida faz parte de um programa de incentivos do governo para aumentar a produção leiteira no estado e alcançar, até 2015, a marca de 1 bilhão de litros de leite por ano. Atualmente, são produzidos cerca de 600 milhões de litros por ano, principalmente na região noroeste do estado.
“Estamos investindo para que o Rio de Janeiro volte a ocupar uma posição entre os dez maiores produtores de leite do país. Atualmente, o estado aparece na 17ª posição e conta com 22 mil produtores. Esperamos que até 2015 tenham sido criados mais 10 mil empregos no campo”, disse.
Para o presidente da Federação de Agricultura do estado, Rodolfo Tavares, o incentivo vai ajudar a impulsionar o setor. “A produção no estado só atende a cerca de 25% da demanda no mercado fluminense, o que comprova que ainda temos muito espaço para crescer. Com a capitalização das cooperativas e associações de produtores rurais será possível ampliar essa marca.”
Já a pequena pecuarista Penha Tavares, presidente de uma associação de produtores em Cambuci, no noroeste do estado, disse que o maior problema enfrentado pelos proprietários rurais é o preço pago a eles pelas indústrias do setor. A pecuarista informou que comercializa a produção de sua propriedade, estimada em 250 mil litros de leite mensais, por R$ 0,75 o litro.
“Tudo sobe, menos o valor que recebemos pela nossa produção. É muito caro manter a propriedade porque temos que pagar os funcionários, comprar ração e outros insumos e o que sobra de lucro para o produtor é muito pouco”, disse.