O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse ontem que a nova política industrial será o “Bolsa-Família” do setor de produção. “Vamos pegar tudo que há no governo de forma desorganizada e dar uma coordenação. Será mais ou menos o Bolsa-Família da área industrial”, afirmou.
O plano será apresentado até o fim deste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro. Um dos principais pontos – os incentivos fiscais para as indústrias, com redução de alíquotas e impostos – não poderá ser definido sem a aprovação do Orçamento da União no Congresso. “Há uma decisão do presidente de anunciar a nova política industrial uma semana depois da aprovação do Orçamento”, disse Jorge, em São Paulo.
O governo, disse o ministro, terá participação direta na busca de investimentos na nova política industrial. “Usaremos a capacidade de compra do governo para alavancar a produção”, adiantou. A idéia é trazer para o Brasil empresas que hoje exportam produtos estratégicos para o governo. Há negociações em andamento na área da saúde, mas Jorge não quis antecipar o nome das empresas. Cálculos preliminares apontam para um aporte de investimentos de pelo menos US$ 200 milhões em novos negócios.