Inadimplência dos consumidores fecha trimestre em alta

A inadimplência dos consumidores apresentou elevação no primeiro trimestre de 2008 na comparação com os três primeiros meses de 2007. Segundo o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física a alta no período foi de 6,5%.

Na comparação entre março de 2008 e março de 2007 a inadimplência das pessoas físicas apontou crescimento de 4,7%. Quando comparado março de 2008 com fevereiro último, o aumento foi de 9,8%.

As dívidas com os bancos lideraram o ranking de representatividade da inadimplência dos consumidores com uma participação de 42,9% no indicador. Nos três primeiros meses de 2007 este peso foi de 36,8%.

Em segundo lugar estão as dívidas com cartões de crédito e financeiras, que de janeiro a março de 2008 representaram 31,4% da inadimplência dos consumidores. No mesmo período do ano passado este percentual foi de 31,3%.

Em seguida estão os cheques devolvidos com uma representatividade de 23,4% na inadimplência dos consumidores nos três primeiros meses de 2008, participação menor que os 29,2% obtidos no primeiro trimestre de 2007.

Fechando o ranking, os títulos protestados representaram, de janeiro a março deste ano, 2,3% da inadimplência dos consumidores. No mesmo período de 2007, este peso foi de 2,7%.

Valor médio das dívidas

No primeiro trimestre de 2008, o valor médio das pendências com cartões de crédito e financeiras foi de R$ 446,06, o que representou um aumento de 37,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Quanto as dívidas com os bancos, o valor médio foi de R$ 1.378,65, de janeiro a março deste ano, com alta de 8,4% na comparação com os três primeiros meses de 2007.

Os títulos protestados, no acumulado de janeiro a março deste ano, tiveram um valor médio de R$ 925,64, com elevação de 15,3% na relação com o mesmo acumulado do ano anterior. Já os cheques devolvidos, no primeiro trimestre de 2008, tiveram um valor médio de R$ 631,83, com aumento de 6,6% na relação com os três primeiros meses de 2007.
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Análise

Segundo os técnicos da Serasa, a alta da inadimplência dos consumidores no primeiro trimestre de 2008 em relação a igual período de 2007 deve-se à expansão do endividamento da população, evidenciada pelo aumento do valor médio das pendências. O movimento tem sido promovido pela maior oferta de recursos, pelo alongamento dos prazos de pagamentos, pelo baixo nível da taxa de juros e pelas novas modalidades de crédito (como o consignado).

O orçamento das famílias também tem sido comprometido pela elevação dos gastos com alimentos, em decorrência da alta dos preços, e pelo reflexo das despesas típicas do período (IPVA, IPTU, matrículas e compra de materiais escolares). Além disso, houve desaceleração da expansão da massa real de rendimento.

A alta da inadimplência com os bancos decorre do aumento da concessão de crédito à população, por meio de financeiras e de acordos com grandes varejistas. Segundo levantamento do Banco Central, em fevereiro deste ano, o saldo das operações de crédito para pessoa física foi 33,4% superior ao mesmo mês de 2007.

O aumento da inadimplência de março em relação a fevereiro deve-se, além do maior número de dias úteis, ao comportamento sazonal, resultado do não pagamento das compras natalinas que entram nas estatísticas neste mês.

Metodologia

O Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras e cartões de crédito e financeiras. O Indicador Serasa de Inadimplência é divulgado mensalmente pela Serasa, desde 2002.

A Serasa, uma empresa do grupo Experian, é a maior empresa do Brasil em pesquisas, informações e análises econômico-financeiras para apoiar decisões de crédito e negócios e referência mundial no segmento.

Participa ativamente no respaldo às decisões de crédito e de negócios tomadas em todo o Brasil, facilitando aproximadamente 4 milhões de negócios por dia, para mais de 400 mil clientes diretos ou indiretos.

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