O movimento de deflação chegou às famílias de baixa renda. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de um a 2,5 salários mínimos mensais (de R$ 415 a R$ 1.037,50), e que caiu 0,32% em agosto, ante taxa de 0,61% em julho, segundo dados anunciados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda segundo a fundação, foi a menor taxa desde junho de 2006, quando o indicador teve queda de 0,57%.
Esse resultado ajudou a diminuir os desempenhos acumulados do índice. Até agosto, o IPC-C1 acumula taxa de 6,27% no ano, abaixo da taxa apurada até julho (6,62%), e nos últimos 12 meses, a variação atinge 8,45% – inferior à taxa apurada no mesmo período até julho deste ano, quando subiu 9,46% e atingiu a maior taxa acumulada da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2004.
Ainda segundo a FGV, a inflação entre os mais pobres se manteve abaixo da média das famílias com renda maior. O Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que mede a inflação entre as famílias com renda entre um e 33 salários mínimos (de R$ 415 a R$ 13.695) subiu 0,14% no mês passado. Entretanto, os resultados acumulados do IPC-C1 ainda são maiores do que as taxas acumuladas do IPC-BR, que teve altas, até agosto, de 4,54% no ano e 5,93% nos 12 últimos meses.