Em tempos preocupantes para o sistema financeiro, a crise de crédito atravessa a barreira do mercado de capitais e traz consigo conseqüências negativas para todas economias ao redor do mundo.
E tal pessimismo no Japão se traduz em duas implicações: redução tanto da produção industrial quanto da oferta no mercado de trabalho. A taxa de desemprego no país atingiu 4,2% em agosto, obtendo o patamar mais elevado dos últimos dois anos, enquanto a produção industrial nipônica recuou 3,5%, frente à performance registrada em julho.
Efeito dominó
Este cenário nebuloso japonês justifica-se, preponderantemente, pelas exportações declinantes em agosto, explicitadas pelo raro déficit na balança comercial de US$ 3,06 bilhões, sendo o primeiro desde novembro de 1982.
Frente ao recuo no volume exportado, devido à menor demanda global e aos maiores custos com insumos, a produção industrial nipônica declina, resultando em redução na demanda do mercado de trabalho e, conseqüentemente, aumento do desemprego.
Cautela prevalece
Entre desaceleração do crescimento econômico e inflação descendente, o BoJ (Bank of Japan) teoricamente optaria por flexibilização na política monetária. Entretanto, enquanto este horizonte nebuloso pairar sobre o sistema financeiro, o mercado projeta que o juro básico nipônico será mantido nos atuais 0,5% ao ano.