O Conselho Monetário Nacional (CMN) reabriu ontem (27), com prazo até 30 de junho, a linha de crédito para financiar compras de contratos de opção de venda de café no mercado futuro. Esses contratos são uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural ou cooperativa o direito de vender seu produto ao governo, numa data futura, a um preço previamente pactuado.
Com os contratos de opção de venda, o produtor ou cooperativa se protege contra riscos de queda brusca dos preços do café. “Quanto mais produtores se lastrearem no mercado futuro, menos problemas temos no momento da safra”, afirmou o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.
Segundo Bittencourt, um dos grandes problemas do setor é que a proporção da safra protegida com contratos de opção é muito pequena em relação á produção total e a maioria dos produtores acaba negociando apenas depois da safra colhida. Ele afirmou que uma linha permanente de crédito para compra de contratos de opção para café deve ser formalizada no próximo plano safra, que deve ser lançado em maio.
Além disso, o CMN decidiu postergar de 31 de janeiro para 30 de abril a contratação de financiamento para aquisição de café (FAC) de estoques públicos das safras de 1987 a 1999 que vierem a ser leiloados até esta data. De acordo com Bittencourt, o volume estocado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de 486 mil toneladas. “Temos estoques de café velhos. Então, o governo vai aproveitar o momento de alta dos preços para vender esse estoque e ficar com café de, no máximo, 12 anos”, disse Gilson Bittencourt.