Embora o mercado imobiliário norte-americano tenha dado sinais de recuperação nesta semana, a crise no setor financeiro não aparenta estar próxima do fim. Desta vez, vencimento de dívidas nos próximos meses aumentam a pressão sobre instituições financeiras.
Estudo do banco JP Morgan Chase indica que o montante total de dívidas a serem honradas no mês de setembro chega a US$ 95 bilhões, somente no que diz respeito ao vencimento das notas de juros flutuantes (floating-rate notes), amplamente utilizadas pelas instituições para captação de recursos.
Após o pico, os pagamentos mensais do setor financeiro – em termos globais – deverão se manter entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões até meados de 2009, o que aumenta os temores em relação à solvência das instituições.
Fontes secas
Com a deterioração dos mercados de crédito, aumentam as dificuldades para a rolagem da dívida, uma vez que a maior aversão ao risco dos investidores e a restrição de liquidez fazem com que seja cobrado um prêmio maior por novos financiamentos.
Os abalos provocados pela crise do subprime também afetaram outra possível fonte – a securitização da dívida, operação que consolida os débitos em títulos vendidos a terceiros -, atualmente em estado letárgico.
Concorrência
Ademais, a grande busca por outras fontes de recursos, como a liquidação de ativos e a conquista de novos clientes, acabam por incrementar a concorrência e afetar as margens do setor como um todo, ainda que as instituições afirmem ter plenas condições de honrar suas obrigações.
Paulatinamente, isto diminui a oferta de crédito das próprias instituições financeiras, o que acarreta efeitos negativos para a economia real, além de aumentar a dependência das fontes públicas de financiamento, como os bancos centrais, credores em última instância do setor bancário.