Mercado financeiro sofrerá redução de demanda, diz presidente do Ibef

O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – seção Rio de Janeiro (Ibef/RJ), Luiz Leonardo Cantidiano, disse que a rejeição dos congressistas norte-americanos ao pacote de US$ 700 bilhões para socorro a bancos e empresas financeiras do país mostra a fraqueza do governo dos Estados Unidos.

“Já não é mais um pato manco (da expressão inglesa ‘lame duck’, que designa um governante que está no poder, mas que se tornou inelegível ou não pode ser reeleito). Já é morto”, afirmou Cantidiano.

Ex-titular da Comissão de Valores Mobiliários, ele acredita que o mercado brasileiro sentirá os reflexos negativos dessa rejeição, “porque vai haver contração da movimentação financeira”. O crédito já está sendo restringido e existe o “empoçamento” de liquidez, disse.

“Ninguém está operando, seja porque os investidores que estão perdendo lá [nos Estados Unidos] e que eram investidores no Brasil vão precisar liquidar investimentos aqui para pagar compromissos que tenham lá, seja porque a retração que já está acontecendo na economia pode implicar na redução de preço e de volume de bens exportáveis por nós. Então, eu acho que vamos ter reflexos, sim”, analisou.

O presidente do Ibef trabalha com a perspectiva de diminuição do fluxo de dinheiro externo para o Brasil. “A demanda vai diminuir e pode ter venda de posições aqui para poder liquidar compromissos lá fora. Então, você tem ao mesmo tempo uma diminuição da demanda e aumento da oferta de venda. Isso pode deprimir preços das ações”. Ele não soube avaliar a extensão desse movimento. “É uma incógnita. E com a surpresa de hoje…”.

Cantidiano descartou, entretanto, que possa haver uma extensão da crise americana para o setor imobiliário brasileiro, uma vez que o problema registrado nos Estados Unidos é específico e não tem similar no nosso país.

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